A Semana Cultural Lugares de Globalização regressa a 23 de Junho, na Fortaleza de Sagres, com o lançamento de um livro com o mesmo nome, um espetáculo musical e uma prova de sabores da lusofonia.
Esta iniciativa surge depois dos dois grandes eventos de celebração da história, cultura e património, realizados em 2018 e 2019, cuja programação, de uma semana cada, apresentou um programa rico, focado na importância do património histórico-cultural em cinco concelhos do Barlavento Algarvio (Lagos, Vila do Bispo, Aljezur, Monchique e Silves), com música, artes performativas (dança, teatro), videomapping em três grandes monumentos, visitas interpretativas e um programa de conhecimento com seminários.
O evento marcado para dia 23 na Fortaleza de Sagres apresenta «um formato diferente da grandeza das duas edições anteriores, mas que deseja continuar a promover o legado dos “lugares” do Território de Intervenção da Vicentina de forma significativa, em torno dos seus recursos patrimoniais, através do lançamento do livro “Semana Cultural Lugares de Globalização”», salienta a Associação Vicentina, que promoveu o projeto.
O livro integra conteúdos da programação e comunicações dos seminários das duas edições realizadas (2018 e 2019), visando ser demonstrativa da riqueza do património histórico-cultural da sub-região, num contexto dos Lugares de Globalização.
O livro “Semana Cultural Lugares de Globalização”, que tem coordenação editorial do historiador Rui Loureiro e apoio financeiro à edição da Direção Regional de Cultura do Algarve, é «um repositório e testemunho dos contributos que foram sendo feitos nas duas Semanas Culturais promovidas, sobre este território sub-regional».
Sónia Felicidade, responsável da Associação Vicentina pela organização da Semana Cultural, salienta, em declarações ao Sul Informação, que «o projeto se inspira no conteúdo da candidatura a Património Mundial à Comissão Nacional da UNESCO, com o mesmo nome, submetida pela Região de Turismo do Algarve, em parceria com a Direção Regional de Cultura e os cinco municípios do território», ou seja, Lagos, Vila do Bispo, Aljezur, Monchique e Silves.
Apesar de a Associação Vicentina não fazer parte das entidades promotoras destes Lugares de Globalização a Património da Humanidade, «este é o nosso contributo para essa candidatura».
O projeto, acrescenta Sónia Felicidade, «deveria ter três Semanas Culturais com uma programação intensa, mas a pandemia acabou por inviabilizar a realização da última dessas semanas». Daí que se tenha optado por finalizar com o lançamento do livro, um espetáculo e gastronomia, depois de conseguir «reprogramar este novo modelo junto do CRESC Algarve», que financia.
Assim, o evento de dia 23 de Junho está organizado em duas partes, sendo possível participar na totalidade do evento. À sessão de lançamento do livro, marcada para as 15h00, segue-se o espetáculo musical dos Bossa & Morna, de repertório de influências da música brasileira, portuguesa e cabo-verdiana, e uma prova de sabores gastronómicos da Lusofonia, em torno de alguns dos clássicos da gastronomia brasileira, portuguesa e cabo-verdiana.
A Associação Vicentina afirma pretender «continuar a contribuir para o afirmar o Algarve pela valorização dos seus valores culturais e patrimoniais», bem como «promover a reflexão sobre a diversificação das funções tradicionais do património e cultura, de forma a promover a criação e o fortalecimento de atividades económicas inovadoras, criativas e complementares».
Fazendo uma avaliação do que foi feito, Sónia Felicidade garante que «o balanço do projeto é muito positivo, face aos temas abordados, à quantidade de parcerias alcançadas, à programação extensa e riquíssima».
Estas Semanas Culturais foram «uma marca, um símbolo, de que nós, Vicentina, queremos continuar a promover este legado, mas inserindo-o na contemporaneidade, nos termos do desenvolvimento sustentável, que tem de ser também culturalmente sustentável», acrescenta.
A ideia deste projeto foi «trabalhar as influências culturais» que este território, ligado aos Descobrimentos ou à Expansão Marítima, como se lhe quiser chamar, teve noutros pontos do mundo, mas também recebeu, «ao nível da língua, da gastronomia, da música, e que acabam por dar forma à nossa maneira de estar e de ser», explica Sónia Felicidade.
É uma espécie de ir e voltar muito típico das trocas culturais, ainda mais visível numa região como o Algarve que, «desde meados do século XX, mas acentuando-se no século XXI, é confluência de nacionalidades e de pessoas que trazem outras ideias e outras vivências».
A Semana Cultural Lugares de Globalização é um projeto cofinanciado pelo CRESC Algarve 2020, que resulta da parceria da Associação Vicentina com a Direção Regional de Cultura do Algarve, os Municípios de Aljezur, Lagos, Monchique, Silves e Vila do Bispo e a Região de Turismo do Algarve.
A participação na sessão final de dia 23 de Junho é gratuita. As inscrições podem ser feitas até ao dia 19 de Junho, clicando aqui.