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Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Évora (UÉ) nas pradarias marinhas do rio Mira, no litoral de Odemira, revelou que há “um retrocesso” na recuperação natural destes ecossistemas com elevado valor para as comunidades piscatórias.

O estudo de cartografia detalhada das pradarias marinhas do Rio Mira está a ser desenvolvido por dois investigadores da academia alentejana desde 2022, explicou a UÉ.

De acordo com a investigadora no Centro de Ciências do Mar e Ambiente (MARE) da UÉ, Helena Adão, o trabalho, que tem como objetivo “detetar a evolução da sua distribuição espacial atendendo à perda generalizada destes habitats”, visa “obter conhecimento essencial e compreender a recuperação natural destes habitats”.

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Segundo a responsável, os resultados confirmam as suspeitas de que “existe um retrocesso da recuperação natural deste habitat no estuário do Mira”, no litoral alentejano.

“A perda generalizada destes habitats foi igualmente registada noutras partes do mundo” e “Portugal não é exceção”, salientou a investigadora, dando o exemplo de outras espécies que formavam as pradarias marinhas “que hoje já não se observam”.

A “’Zostera noltii‘ é a espécie de planta que forma as pradarias marinhas do estuário do Mira, mas até aos anos 90 do século XX existiam também as pradarias marinhas da espécie ‘Zostera marina’ que hoje já não se observa”, sustentou.

De acordo com a academia, para avaliar “a dinâmica do povoamento destes ecossistemas sensíveis” no rio Mira, os investigadores recorreram a drones equipados com “câmara multispectral”.

 

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Estuário do Mira – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Por sua vez, o investigador do Instituto de Ciências da Terra (ICT) da UÉ, Pedro Nogueira, realçou a importância da cartografia detalhada das pradarias marinhas, uma vez que se trata de “ecossistemas naturais com elevado valor”.

“São viveiros naturais de numerosas espécies de elevada importância, o que se traduz em enormes benefícios socioeconómicos para as populações piscatórias que tradicionalmente vivem da apanha de marisco e da pesca”, observou.

Para o responsável, “o envolvimento das comunidades locais no monitoramento e preservação destas áreas tem-se mostrado uma estratégia eficaz na construção de um futuro mais sustentável e resiliente”.

Estes habitats “constituem ambientes estuarinos chave para muitas espécies de invertebrados e peixes, funcionando como filtros biológicos de nutrientes e poluentes, [que] oxigenam as águas e os sedimentos, tendo um papel fundamental no controle da erosão costeira e no sequestro do carbono” complementou Helena Adão.

“Com as crescentes preocupações relacionadas às mudanças climáticas e à biodiversidade, as pradarias marinhas do estuário do Mira constituem um campo fértil para pesquisas e projetos de conservação, cujos resultados podem impulsionar esforços internacionais para proteger e restaurar esses valiosos habitats”, rematou.

 

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Estuário do Mira – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

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