O Município de Beja celebra a memória de Mariana Alcoforado e das “Cartas Portuguesas”, uma das mais bonitas histórias de amor de sempre, convidando a visitar o seu stand institucional na 39ª Ovibeja, que abre esta quinta-feira, 27 de Abril, e decorrer até 1 de Maio, no Parque de Feiras e Exposições Manuel Castro e Brito.
Soror Mariana Alcoforado, que viveu a maior parte da sua vida, dos 11 aos 83 anos, no convento da Convento de Nossa Senhora da Conceição, atual Museu Regional de Beja, tornou universal a sua paixão, através das suas cartas, e é hoje símbolo do amor proibido.
«É este imaginário do amor impossível, movido pela paixão, que se pretende incentivar, convidando os visitantes a escreverem postais de amor à cidade, capazes de motivar as pessoas a quem os dirigem a visitar-nos», explica a Câmara de Beja.
Os mais novos poderão também participar ilustrando o seu postal.
Nesta 39ª edição do certame, dedicado à comunicação, o Município de Beja reforça a sua aposta no digital, apresentando uma interação com os visitantes através de um aplicativo que permite a utilização de um filtro de Mariana para partilha nas redes sociais.
Será ainda apresentado um vídeo de animação digital sobre a vida de Mariana e outro sobre a Beja de Mariana, que sublinha lugares românticos de Beja, como o Castelo, onde a subida à sua torre convida à contemplação da paisagem, as margens do Guadiana, a praia fluvial de Cinco Reis ao entardecer ou ao prazer da doçaria conventual, entre muitas outras propostas.
A participação do Município inclui ainda performances – Mariana Alcoforado com declamação de excertos das cartas, todos os dias da feira das 11h30 às 13h00 e das 16h30 às 18h00. No domingo, acontece apenas no período da tarde.
No sábado, dia 29, pelas 18h00, terá lugar a apresentação do Mapa temático de Mariana Alcoforado por Marta Páscoa.
Beja irá ainda promover as diversas iniciativas agendadas para 2023, onde se inclui a programação dedicada aos 300 anos de Mariana.
BIOGRAFIA
Mariana Alcoforado
Mariana Alcoforado (1640-1723) natural de Beja, filha de uma das famílias mais ricas da cidade, entrou noviça para o convento da Conceição (atual Museu Regional de Beja) com quase 11 anos de idade, vindo a professar aos 16 anos na ordem de Santa Clara.
Nunca saiu da clausura, vindo a falecer com a proveta idade de 83 anos. Encontra-se sepultada no claustro do mosteiro.
A sua celebridade advém daquelas que são consideradas as mais belas cartas de amor, escritas a um oficial francês, Noel Bouton, mais conhecido como marquês de Chamilly, que integrou a cavalaria estrangeira que combateu, em meados do século XVII, pela independência de Portugal face ao domínio filipino.
Logo após o regresso de “Chamilly“ a França, as cinco cartas manuscritas e traduzidas para o idioma francês, “les portugaises“, tornam-se tão famosas que Claude Barbin, livreiro parisiense, as edita e eterniza em livro no ano de 1669.
Daí para cá e um pouco por todo o mundo, contam-se centenas de edições, em dezenas de idiomas, vindo as cartas a ser alvo dos estudos mais diversos que envolvem as artes plásticas, a poesia, o romance, o drama e a comédia, a música e o canto, o cinema e, obviamente, a crítica literária.
(Texto de Leonel Borrela)
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