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T3:E12 – Alvorge / Conímbriga

O Algarve é muito apreciado pelos sítios por onde tenho passado. Quando o dono do albergue viu de onde eu vinha, disse que já tinha passado férias no Algarve – e os olhinhos até brilharam. 

No albergue de Alvorge (apercebi-me que as pessoas daqui têm que soletrar o nome da terra, porque a tendência dos de fora é dizer alforge) estava um casal de italianos, dois portugueses e o célebre argentino “El Ressonador”, que jantou ao nosso lado. Ele vem bem preparado (disse logo que tínhamos que provar o queijo ao passar em Rabaçal), está a fazer um périplo por França, Espanha, Marrocos e Portugal e a coisa que mais estranhava por cá era a ausência de crianças e pessoas na rua e a falta de apoios, tipo cafés e pastelarias. Realmente ele tem razão, tenho constatado isso nestas últimas etapas.

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Já agora, Alvorge deriva do árabe “al burdj”, que significa “a torre fortificada”.

Esta etapa também foi bastante agradável, terreno praticamente plano, entre sobreiros, oliveiras e outra vegetação da boa (poucos eucaliptos).

Quando passámos por Rabaçal, fizemos uma paragem técnica para reabastecimento – e havia tantos queijos, de tantas espécies e com tão bom aspeto que, se não fosse o peso, acho que tinha trazido uns quantos. Assim, fiquei só a salivar.

Já devem ter reparado que às vezes uso o plural, porque eu e a portuguesa estamos a caminhar em conjunto. É agradável caminharmos sozinhos, mas também é agradável termos companhia. E é o Caminho que nos proporciona isso, neste caso, a boa companhia da P.

Sul Informação

Depois de até Santarém as setas azuis (Fátima) e amarelas (Santiago) apontarem na mesma direção, agora já as setas amarelas apontam no sentido oposto às azuis, ou seja, as azuis para sul e as amarelas para norte. Por isso hoje já nos cruzámos com peregrinos que vão para Fátima e ultrapassámos um casal de estrangeiros, que vão para Santiago, parados com problemas técnicos nos pés. Claro que oferecemos ajuda, mas disseram que não precisavam. Uma das coisa que tenho reparado é no aumento de “arte popular” relacionada com os Caminhos, mas ainda muito ligados aos pastorinhos.

Também nos cruzámos com uns miúdos que iam de bicicleta, que nos cumprimentaram e ouvimos “Eh! Estes falam português!!!”.

A seguir a um sítio chamado Fonte Coberta havia uma ponte mandada construir no tempo da dinastia filipina e atravessámos para o outro lado. Começámos a estranhar não ver setas amarelas nem postes indicativos, consultámos o gps e tivemos que andar para trás. O sinal que falhámos era enorme, um autêntico sinal de trânsito.

Já no albergue, em Conímbriga, chegou um espanhol (de Barcelona, frisou) que vinha de Lisboa e voltámos a encontrar o argentino. Vai ser (mais) uma noite sonoramente animada.

Mais um dia de 24km.

Leia os outros episódios da Temporada 3 da saga d’O Caminhante:

Episódio 1 – Junto à Sé de Lisboa, começa a Temporada 3 da saga do Caminhante
Episódio 2 – Hoje não temos couratos
Episódio 3 – Desventuras de um algarvio nas voltas da grande idade
Episódio 4 – Entre estradão e alcatrão, até ao pescador do peixe-gato com 10 quilos
Episódio 5 – O milagre da fonte à beira do caminho
Episódio 6 – Uma cabeçada no beliche, um cão muito mau e um final com pés de molho
Episódio 7 – O Caminhante na terra de Saramago
Episódio 8 – De Vila Nova da Barquinha a Tomar, há Vhils e “Caça Brava”
Episódio 9 – Nos Casais, o caminhante foi recebido com sinos
Episódio 10 – Uma caminhada de quase 24 km e um almoço na Casa do Benfica
Episódio 11 – O Caminhante encontrou “homem nu” e chegou a Alvorge

 

Leia mais um pouco!
 
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Reflexão e peripécias finais das aventuras d’O Caminhante

O Caminhante_temporada5_episodio6 (1)|O Caminhante_temporada5_episodio6 (2)|O Caminhante_temporada5_episodio6 (3)|O Caminhante_temporada5_episodio6 (4)

E finalmente O Caminhante chegou a Santiago de Compostela

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Duendes, fadas, peregrinos e bicigrinos