Volta ao Alentejo: Orluis Aular à procura de fazer história

Volta ao Alentejo é ideal para homens rápidos e roladores

O venezuelano Orluis Aular (Caja Rural) vai procurar, com a ajuda das bonificações, entrar na história da Volta ao Alentejo como primeiro ciclista a conseguir duas vitórias consecutivos na prova, cuja 40ª edição decorre entre quarta-feira e domingo.

Depois de no ano passado ter subido ao pódio para envergar a amarela final, o campeão venezuelano de fundo e contrarrelógio parece apostado em repetir o feito, já que, no domingo, conquistou com autoridade a Clássica da Arrábida, tal como tinha acontecido em 2022, lançando um sério aviso à concorrência que pretende destroná-lo.

Nos 40 anos da Alentejana só o espanhol Carlos Barbero (2014 e 2017) conseguiu vencer por mais do que uma vez, mas nesta edição Aular tem a oportunidade de reescrever a história, tornando-se no primeiro a defender com êxito o cetro.

A seu favor, o venezuelano da Caja Rural, que é o vigente campeão sul-americano de fundo, terá a distribuição de bonificações, num percurso de mais de 830 quilómetros, entre Beja e Évora, amputado do habitual contrarrelógio de Castelo de Vide, que saiu do percurso após cinco anos a desempenhar um papel decisivo na definição da classificação final.

Numa Volta ao Alentejo ideal para homens rápidos e roladores, deverá ser um deles a sagrar-se vencedor, embora não seja de excluir o nome de Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor), até porque a quarta etapa, entre o Crato e Castelo de Vide, conta com as subidas de Cabeço do Mouro, Serra de São Mamede, Porto de Espada, Marvão e, por fim, a Serra de São Paulo, a 19,4 quilómetros da meta.

O uruguaio de 27 anos tem boas recordações da “Alentejana”, que venceu em 2021, antes de consagrar-se como voltista de excelência, estatuto confirmado com o segundo lugar na Volta a Portugal desse mesmo ano – atrás de Amaro Antunes, entretanto desclassificado por doping – e com a vitória no ano passado.

Apesar da transformação, o campeão em título da Volta a Portugal continua a ser um homem rápido, intrometendo-se, muitas vezes, em chegadas ao sprint, onde costuma estar sempre bem colocado, uma qualidade que lhe tem dado grandes alegrias.

Vencedor da Clássica da Primavera, Moreira já demonstrou que está em boa forma neste início de temporada, e pode muito bem ser a maior ameaça para as pretensões de Aular, o principal favorito a subir ao pódio no domingo, na Praça do Giraldo, no final da quinta etapa.

Entre os 132 ciclistas inscritos na 40.ª edição da Volta ao Alentejo, só Luís Mendonça, também da Glassdrive-Q8-Anicolor, sabe o que é ganhar a prova, que tem no seu historial de vencedores os espanhóis Miguel Indurain (1996), pentacampeão da Volta a França, ou José Luís Rubiera (1999), e, mais recentemente, o belga Jasper Stuyven (2013) ou o espanhol Enric Mas (2016), atual líder da Movistar.

 



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