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O arcebispo de Beja João Marcos pediu desculpa após ter sugerido que os padres suspeitos de abusos sexuais, se estiverem arrependidos, deveriam ser perdoados e defendeu agora que «não há lugar para os abusadores no sacerdócio».

Num comunicado publicado na página da rede social Facebook do jornal diocesano Notícias de Beja, consultado pela agência Lusa, o prelado admitiu ter falhado nas declarações que deu à SIC, na semana passada, sobre o tema dos abusos sexuais na Igreja.

«Por meu desacerto no modo e na oportunidade do que disse, dei a entender que subestimo a enorme gravidade dos abusos sexuais de menores e que o perdão de Deus permite ao abusador retomar a sua vida normal como se nada tivesse acontecido», frisou.

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Sublinhando que, «de nenhum modo», é esse o seu pensamento sobre o tema, o arcebispo de Beja disse compreender «a deceção» que provocou com as declarações «dentro e fora da Igreja» e «a todos» pede agora perdão.

No comunicado, João Marcos clarificou o seu pensamento sobre os abusos sexuais na Igreja Católica, considerando que «os abusos de menores são da máxima gravidade» e que «os seus efeitos são devastadores».

«Se praticados por homens dedicados a Deus, são ainda mais graves e são blasfémias», vincou.

O prelado alentejano defendeu que «não há lugar para os abusadores no sacerdócio», realçando que «as suspeitas verosímeis obrigam a tomar medidas que evitem todo o perigo sobre menores, incluindo o afastamento das tarefas pastorais».

«A investigação deve ser rápida e seguir as regras claras definidas pelo Papa Francisco. A colaboração com as autoridades deve ser plena e deve ser cumprida plenamente a lei civil e penal», assinalou.

Quanto às vítimas dos alegados abusos, concluiu, «têm de ser uma prioridade» e as «suas necessidades de apoio e reparação devem nortear» o acompanhamento da Igreja.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, divulgado em Fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais «devem ser entendidos como a ponta do iceberg» deste fenómeno.

A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.

 



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