Alentejo Litoral quer regresso de comboios de passageiros no Plano Ferroviário Nacional

5 municípios do litoral alentejano «têm colocado com veemência a necessidade» do «regresso dos comboios»

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) Vítor Proença lamentou esta quarta-feira, 8 de Março, que, no âmbito do Plano Ferroviário Nacional (PFN), o Governo não se comprometa com o «regresso dos comboios de passageiros» ao território.

«Na Linha do Sul, o comboio regional está no traçado, vai ao encontro daquilo que os municípios têm colocado, contudo não há compromisso, nem de prazos, nem de locomotivas, nem de carruagens e isso levanta-nos suspeitas», afirmou à agência Lusa o autarca.

Segundo Vítor Proença, os cinco municípios do litoral alentejano «têm colocado com veemência», tanto ao Governo, como à Infraestruturas de Portugal (IP) e Comboios de Portugal (CP), «a necessidade» do «regresso dos comboios de passageiros na Linha do Sul para servir» a região.

O presidente da CIMAL, que também preside à Câmara de Alcácer do Sal, reconheceu que «a única estação [de comboios] que não está em condições é a de Sines».

Mas «o próprio município» já anunciou que «se pode encontrar uma estação noutro ponto» daquele concelho e, desta forma, o comboio «passar e servir o litoral alentejano», lembrou.

As declarações de Vítor Proença à Lusa surgem na sequência de um comunicado divulgado pela CIMAL sobre as propostas que submeteu no âmbito da consulta pública do PFN, que terminou no passado dia 28 de Fevereiro.

Para a CIMAL, que engloba os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira (Beja), a ferrovia deve «desempenhar um papel relevante na reorganização dos transportes públicos na região», assim como na «forma de rentabilizar os investimentos associados».

Para sustentar a sua posição em defesa do alargamento da oferta de transportes ferroviários, a comunidade citou dados estatísticos que apontam para a existência de «14.068 habitantes» que «fazem viagens pendulares entre os diferentes concelhos» do litoral alentejano, ou seja, «28.100 deslocações diárias».

«Já em relação às viagens para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), foram contabilizados 2.072 passageiros a cumprirem diariamente o trajeto de ida e volta, totalizando 4.144 deslocações quotidianas», argumentou.

A CIMAL reivindicou ainda esclarecimentos sobre as «características» do anunciado Corredor Sul, nomeadamente «se pretende estabelecer uma nova ligação entre Sines e Grândola pelo litoral».

Caso se confirme, a CIMAL questionou se «essa via se destinará apenas a mercadorias» ou se inclui também «a circulação de comboios de passageiros e que estudos técnicos a sustentam, designadamente se atendem ao facto de o Alentejo Litoral ter determinado como pilares estratégicos para o seu desenvolvimento territorial os setores da agricultura e do turismo».

No documento, a comunidade intermunicipal aludiu ainda à «anunciada alteração do percurso das ligações intercidades Lisboa – Algarve».

Estas, de acordo com a CIMAL, referindo-se à proposta do PFN, passarão «a ser feitas por Beja em vez do atual percurso pela Linha do Sul», uma eventual mudança que «não pode implicar a redução da oferta de transporte» na via-férrea que atravessa o litoral alentejano entre Alcácer do Sal e Odemira.

 



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