Assume-se como «católica, muito ligada ao humanismo cristão» e deixou esta sexta-feira, 10 de Março, em Querença, uma mensagem à Igreja sobre o escândalo dos abusos. Manuela Eanes, antiga primeira dama, considerou que o «crime mais monstruoso que pode haver» é abusar e maltratar uma criança.
A mulher de Ramalho Eanes, ex-Presidente da República (1976-1986), participou esta tarde, com o marido, na inauguração do Passeio Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro, em Querença.
Questionada pelos jornalistas sobre os recentes resultados da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja, Manuela Eanes assumiu que abusar de uma criança «é o pior que pode acontecer».
Os abusos, explicou, podem-se verificar em vários contextos, como «a família» ou «a sociedade».
«Estas pessoas têm de ir para a psiquiatria porque são doentes», considerou Manuela Eanes.
Questionada sobre se está chocada com os casos na Igreja e com a resposta da Conferência Episcopal Portuguesa, a antiga primeira dama confessou que fica «sempre chocada», seja «quando é um magistrado, um padre ou um pai».
«Tudo o que acontece na infância tem marcas na juventude e na adolescência e idade adulta», reforçou.
Manuela Eanes vincou também o facto de ter criado, em 1983, o Instituto de Apoio à Criança, entidade pioneira a denunciar os maus tratos a a crianças.
«Como diz o Mandela, acho que as crianças são o projeto mais belo e mais importante da humanidade», concluiu.