Ministra diz que setor social pode ser área de «especialização» para o Alentejo

Ana Abrunhosa esteve em Castro Verde

A ministra da Coesão Territorial defendeu esta segunda-feira, 6 de Fevereiro, em Castro Verde (Beja), que o setor social pode ser «uma das áreas de especialização do Alentejo», para gerar emprego e melhorar a qualidade de vida local.

«É possível criar emprego com investimento na área social, (…) ao mesmo tempo que aumentamos e melhoramos as oportunidades para os mais carenciados», afirmou a governante, na cerimónia de inauguração de duas residências autónomas para pessoas com deficiência.

Promovido pela Cooperativa para a Educação, Reabilitação e Capacitação para a Inclusão (CERCICOA), o projeto das Residências de Autonomização e Inclusão representou um investimento de 450 mil euros, financiado em 85% por fundos comunitários e em 15% por verbas da instituição.

A Câmara de Castro Verde também apoiou o projeto, cedendo o lote onde foram construídas as duas residências, com um valor estimado de 60 mil euros.

A autarquia concedeu ainda um apoio financeiro direto de 20 mil euros ao projeto, assim como diversos apoios de «natureza logística e operacional».

No seu discurso na cerimónia de inauguração, a ministra da Coesão Territorial afirmou que as duas novas residências autónomas para pessoas com deficiência em Castro Verde «fazem o pleno».

Segundo Ana Abrunhosa, mostram como se está «a mudar o paradigma na oferta de cuidados aos mais frágeis» em Portugal e «não são apenas importantes para o município de Castro Verde, mas também para os municípios vizinhos».

«Ninguém duvida de que estas unidades e os serviços que vão prestar são um verdadeiro serviço público», acrescentou.

Também presente na cerimónia, António José Brito, presidente da Câmara de Castro Verde, elogiou «toda a dimensão do trabalho meritório que, ao longo dos últimos anos, a CERCICOA tem desenvolvido» no território.

O autarca alentejano disse ainda que as novas residências autónomas são «mais um passo e mais uma resposta» num trabalho coletivo «de muita gente e que tem de ser acompanhado com a proximidade dos municípios e das populações».

Por sua vez, o presidente do conselho de administração da CERCICOA António Matias reconheceu que esta nova resposta social da instituição na sede de concelho vai permitir aos seus residentes «melhor qualidade de vida» e o «exercício de uma cidadania o mais participativa possível».

O responsável aproveitou ainda a presença da ministra para alertar para a necessidade de «políticas públicas que comecem a inverter a tendência demográfica negativa» do interior do país.

No caso do Alentejo, apontou, aludindo aos Censos 2021, a região perdeu «12% de população residente, 9% de empregadores e 8% de ativos».

«Mas crescemos 58% em alojamentos coletivos de apoio social, o que significa que a perda de população no Alentejo é preocupante e que o setor social começa a ter muita dificuldade em contratar trabalhadores para os mais diversos serviços e especialidades», reforçou.

Esta realidade levou o presidente da CERCICOA a pedir a «rápida introdução de medidas de natureza económica, para que a atração de recursos humanos [para o setor social] seja uma realidade e que incentive a fixação de pessoas no interior».

 



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