Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) reclamou “um debate sério” sobre o futuro da gestão da água para regadio e um tarifário para a atual campanha no Alqueva com “níveis semelhantes” à anterior.

Numa carta enviada à ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes, hoje divulgada, a FAABA pediu “um debate sério com os agricultores e suas associações para definir o futuro da gestão da água para regadio”.

“Entendemos também que o tarifário para a presente campanha se deve manter em níveis semelhantes ao praticado na campanha anterior”, frisou esta federação de agricultores, referindo-se à água do regadio de Alqueva.

são brás de alportel

Na missiva, a FAABA manifestou preocupação com a gestão da água do regadio da albufeira, após questões apresentadas pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) numa reunião do Conselho para o Acompanhamento do Regadio (CAR).

Esta reunião, segundo a federação, realizou-se depois de “longa ausência” de “quase três anos” sem que, durante esse período, “houvesse qualquer discussão acerca de uma estratégia sustentável para a gestão da água do regadio de Alqueva”.

“Na agenda desta reunião, constavam dois pontos vitais, designadamente o novo preçário da água e o seu plano de utilização”, assinalou, considerando que são “assuntos demasiado importantes que mereciam um amplo debate com os agricultores”.

O debate, sublinhou a FAABA, que tem sede em Beja, deveria ter ocorrido “antes do início da programação, quer da campanha agrícola, quer da campanha de rega”.

A federação realçou ter sido surpreendida com “uma regra nova”, que foi “desaprovada” pelas associações presentes, a qual prevê que “quem regue mais do que cinco hectares como precário não autorizado será penalizado em 20% na água a fornecer”.

“Não faz sentido, uma vez que a EDIA só vai fornecer água para a área dentro do perímetro e com base nas dotações aprovadas para as várias culturas”, vincou.

Por outro lado, pode ler-se na carta da FAABA, “a EDIA apresentou uma metodologia para o cálculo do novo preço da água com base nos encargos fixos e variáveis da empresa, o que de modo algum se pode aceitar”.

“Sem um conhecimento e participação ativa na gestão, na avaliação da adequação da estrutura da EDIA e na identificação das rubricas incluídas nos seus custos que nada têm a ver com o tarifário da água, não é possível validar o método”, frisou.

Considerando que, com este método, “é fácil uma empresa dar sempre lucro”, a FAABA explicou que a estratégia da empresa gestora do Alqueva passa por aumentar o preço da água no caso de as suas despesas também aumentarem.

Porém, notou, “o inverso não se verificou, pois, em 2021, a EDIA obteve resultados operacionais positivos de vários milhões de euros e o preço da água não baixou”.

Esta federação alertou que o aumento proposto para o preço da água, que “pode atingir os 140%”, para regantes diretos da EDIA e para os regadios preexistentes, vai inviabilizar “a maior parte das culturas anuais praticadas nesta região”.

“Estranhamente, a tutela não apresentou qualquer alternativa para minimizar o impacto brutal do preço proposto”, assinalou, referindo que os perímetros de rega preexistentes que compram a água à EDIA já definiram “o preçário a aplicar para a presente campanha com valores muito inferiores aos agora propostos”.

“Perante o quadro atual de custos com a energia elétrica, afigura-se indispensável a execução de todo o plano da EDIA para instalação de várias unidades de produção de energia solar, para o qual existe financiamento europeu aprovado”, acrescentou.

Na semana passada, a Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) também se manifestou “em estado de choque” com a proposta “indecente” de duplicação das tarifas da água apresentada pela EDIA e reclamou a intervenção do Governo.

“Os regantes estão em estado de choque e consideram indecente a proposta de revisão dos preços da água e o plano de contingência para rega apresentados pela EDIA na reunião do Conselho para o Acompanhamento do Regadio de Alqueva, no passado dia 01 de fevereiro”, lê-se num comunicado da Fenareg.

De acordo com a federação, “essa proposta de revisão de preços duplica as tarifas da água para rega”, no que diz ser uma “situação a todos os títulos inaceitável, que condena a utilização da água para a grande maioria das culturas agrícolas, com consequências gravíssimas para o setor agrícola, a economia nacional e a coesão territorial”.

 



inframoura cada gota importa
municipio de almodovar

Também poderá gostar

Sul Informação - Turismo do Alentejo lança candidaturas ao programa “Alentejo/Ribatejo Events” [com áudio]

Mértola, Serpa, Moura, Barrancos e 35 municípios espanhóis criam geoparque transfronteiriço

Sul Informação - Obras de 1,5 milhões no bloco de partos do hospital de Beja arrancam em Julho

Obras de 1,5 milhões no bloco de partos do hospital de Beja arrancam em Julho

Sul Informação - DGS: Tenha cuidados especiais durante estes dias de calor!

DGS: Tenha cuidados especiais durante estes dias de calor!