Morreu Linda de Suza, a cantora que fez furor em França mas nasceu no Alentejo

Nasceu em Beringel, concelho de Beja, em 1948

A cantora portuguesa Linda de Suza, ícone musical em França, onde fez carreira, morreu esta quarta-feira, aos 74 anos, de insuficiência respiratória, após ter testado positivo para a Covid-19.

A artista, cujo nome verdadeiro era Teolinda Joaquina de Sousa Lança, nasceu em Beringel, aldeia do concelho de Beja, em 22 de fevereiro de 1948, e ficou conhecida por vários êxitos musicais, de entre os quais se destaca “Mala de Cartão”.

Segundo o jornal francês Le Figaro, Linda de Suza morreu no hospital Gisors, em Eure, na região da Alta Normandia. Estava hospitalizada desde Agosto, em estado grave.

Linda de Suza emigrou para França na década de 1970, a salto.

O jornal Observador recorda que, depois de começar por trabalhar como empregada de limpeza, Teolinda começou a dar os primeiros passos no mundo da música, começando a cantar no café Chez Loisette, em Saint-Ouen.

Aí, foi descoberta pelo compositor André Pascal (1932-2001) que a apresentou, posteriormente, ao compositor Alex Alstone (1903-1982).

Em 1978, Linda de Suza lançou a canção “Um Português“, também conhecida como “Mala de Cartão”, expressão incluída na letra da canção e que se tornou um dos símbolos da emigração portuguesa em França.

Tornou-se a cantora da comunidade emigrante portuguesa, cantando as suas dificuldades e saudades do país distante, em temas como “J’ai deux pays pour un seul coeur” ou “La Symphonie du Portugal”. Mas cantou também com grandes nomes da música francesa, como Charles Aznavour.

A sua história foi adaptada à televisão, numa minissérie intitulada “Mala de Cartão” (1988), protagonizada por Irene Papas (1919-2021).

Na década de 1990, Linda de Suza deu ainda voz a sucessos como “Simplement vivre”, “Tu seras mon père”, “Pars sans un adieu” e “Tiroli, Tirola”.

Mais tarde, em 2010, tornou públicas as suas dificuldades financeiras e acusou o companheiro de lhe roubar a identidade. No entanto, Linda de Suza voltou aos palcos e, entre 2014 e 2017, realizou várias digressões. Preparava uma nova digressão em 2020, mas foi cancelada por causa da pandemia.

Em 1984, lançou o livro biográfico “A Mala de Cartão” e, no ano seguinte, foi condecorada com a Ordem do Infante D. Henrique.

 

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