Companhia de teatro Lendias d’Encantar contesta corte do financiamento pela DG Artes

Ficam em causa «10 postos de trabalho com contrato sem termo», bem como «sete novas criações e/ou co-produções nacionais e internacionais»

A companhia de teatro Lendias d’Encantar, com sede em Beja, contesta o corte do financiamento pela Direção-Geral das Artes, considerando que o júri do concurso do programa de apoio sustentado às artes, para o quadriénio 2023-2026, fez «uma análise defeituosa da nossa candidatura».

Segundo a Lendias d’Encantar, se se mantiverem os resultados provisórios do concurso já anunciados pela DG Artes, serão muitos os prejuízos, quer para a companhia de teatro, quer para os seus projetos e para a região do Alentejo.

Em primeiro lugar, salientam em comunicado enviado às redações, ficam em causa «10 postos de trabalho com contrato sem termo», bem como «sete novas criações e/ou co-produções nacionais e internacionais».

A falta de financiamento significará também o fim do FITA (Festival Internacional de Teatro do Alentejo), «realizado em 14 concelhos da região, com 40 atuações de teatro e 5 de música».

Não será ainda possível concretizar a «edição em papel de 8 novos textos da colecção “Novas Dramaturgias Portuguesas”», bem como de «dois números da revista “Escenários”, única edição bilingue de uma revista de teatro editada em Portugal», ou mesmo de «dois textos da “Novas Dramaturgias Portuguesas”, traduzidos para castelhano e editados no Uruguai».

Ficam também postas em causa «21 atuações em circulação de âmbito nacional, «28 atuações de âmbito internacional em oito países diferentes (Espanha, Argentina, Cuba, Chile, México, Colômbia, Brasil e Uruguai)», «sete ações de curadoria e promoção do teatro Português em sete festivais internacionais», «quatro atuações de grupos Portugueses no Uruguai (Portugal como país convidado)».

Será igualmente impossível realizar, segundo a companhia de teatro alentejana, «320 sessões de formação contínua, «26 sessões de formação temporária», «25 residências artísticas internacionais em território nacional», «residências artísticas no Uruguai para criadores Portugueses».

Comprometidos ficam ainda os projetos do Centro de Criação para o Espaço Ibero-americano (criação de um equipamento com 4 salas de ensaios, duas salas de apresentação de espectáculos, alojamento para 35 pessoas em residência), e do Centro de Investigação para o Espaço Ibero-americano ( inclui a plataforma de promoção do teatro português).

«Pensamos que o júri do concurso realizou uma análise defeituosa da nossa candidatura, nalguns casos valorizando o supérfluo e desvalorizando o essencial, omitindo diversos aspetos que, na nossa opinião, são fundamentais para uma rigorosa e justa análise da nossa proposta», salienta a Lendias d’Encantar.

Assim, a companhia anuncia que irá «contestar em audiência de interessados».

 



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