João Céu e Silva recebe Prémio Literário Joaquim Mestre numa cerimónia em Beja

Escritor e jornalista ganhou a 3ª edição deste galardão com a obra “Guadiana”

João Céu e Silva vai receber o Prémio Literário Joaquim Mestre no sábado, dia 12 de Novembro, numa cerimónia que vai decorrer na Biblioteca Municipal de Beja – José Saramago, às 16h00.

O galardão instituído pela ASSESTA – Associação de Escritores do Alentejo em parceria com a Direção Regional de Cultura do Alentejo e com o apoio do Município de Beja distinguiu, nesta terceira edição, a obra “Guadiana” do escritor e jornalista João Céu e Silva.

Da cerimónia, faz ainda parte o lançamento da obra vencedora, numa edição do Grupo Narrativa.

João Céu e Silva nasceu em Alpiarça, em 1959, e viveu no Rio de Janeiro, onde se licenciou em História. Desde 1989 que é jornalista e colaborador do Diário de Notícias. Recebeu em 2021 o Prémio Carreira de Jornalismo do festival literário Escritaria e publicou neste mesmo ano Uma Longa Viagem com Vasco Pulido Valente, o sexto volume de uma série, que conta com outros autores: José Saramago, António Lobo Antunes, Miguel Torga, Álvaro Cunhal e Manuel Alegre.

Além da investigação literária, tem também a histórica: Álvaro Cunhal e as Mulheres que Tomaram Partido, 1961 – O Ano que Mudou Portugal, 1975 – O Ano do Furacão Revolucionário e Fátima – A Profecia Que Assusta o Vaticano. Em 2013, recebeu o Prémio Literário Alves Redol com o romance A Sereia Muçulmana. Na ficção publicou também 28 Dias em Agosto, A Hora da Ilusão, Adeus, África e A Segunda Vida de Fernando Pessoa.

Venceu agora o Prémio Literário Joaquim Mestre, com a obra “Guadiana”, que conta a história de uma mulher e de um homem que se reencontram, como haviam combinado, no Alentejo, no mesmo local de onde partiram 35 anos antes, ainda adolescentes.

«O que irão assistir durante esses dias juntos ultrapassará o que poderiam imaginar, quando as águas do rio Guadiana são tomadas por uma rebelião nunca vista», descreve a Direção Regional de Cultura do Alentejo.

«Além da reescrita das memórias de quando viveram nas aldeias de Alqueva e da Luz, cada um tem muito para contar ao outro sobre o caminho bem diferente que cada um percorreu. A um coube a vivência da Primavera Árabe no Egito e a outro a queda do Muro de Berlim, duas revoluções que alteraram o dia a dia de um Cairo em fúria e reuniu as duas partes de uma cidade dividida», acrescenta.

«À boleia de um estrangeiro, o que descobriram ainda muito jovens no Alentejo que os cercava iria moldar o seu destino. Se uma olhava para o céu e ficou para sempre ligada à observação do universo, o outro descobriu na pré-história da região a vontade de descobrir o passado noutras paragens. O que não esperavam era que o Guadiana fosse capaz de lhes alterar o mundo como o conheciam», conclui.

O prémio foi atribuído por um júri formado por André Andraus, António Saez Delgado e Sara Rodi, que atribuiu ainda uma menção honrosa ao original «Para lá do sol-posto», da autoria de António José da Costa Neves.

O Prémio Literário Joaquim Mestre tem uma periodicidade bienal e visa «promover, defender e valorizar a língua portuguesa e a identidade e diversidade cultural da região Alentejo, incentivando a criação literária na modalidade de romance e o gosto pela leitura, e, simultaneamente, homenagear o romancista e contista alentejano Joaquim Mestre».

 

 



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