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O que fazer para antecipar e resolver problemas ambientais e socioeconómicos, perante o tão elevado ritmo das alterações climáticas? Esta foi uma das muitas questões debatidas no evento duplo organizado esta terça-feira, dia 22 de novembro, pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro e pela Câmara Municipal de Loulé.

A iniciativa, que integrou dois workshops, decorreu em Querença, no auditório da Fundação.

 

infraquinta rumo à sustentabilidade

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Nuno de Almeida Ribeiro, investigador do Instituto de Ciências da Terra (ICT) e professor na Universidade de Évora, foi um dos convidados, tendo apresentado o tema “Os desafios da gestão adaptativa dos ecossistemas florestais e silvopastoris mediterrânicos num contexto de alterações climáticas”.

Na ótica do especialista, para mitigar o efeito das alterações climáticas é essencial desenvolver um trabalho em rede, com base no conhecimento científico e nos avanços da tecnologia.

“Temos de criar sinergias entre academia, organismos públicos, associações de produtores regionais e atores no terreno e olhar para cada parcela do território em particular, encontrando soluções com base na peritagem. Atualmente, conseguimos peritar muito mais rapidamente do que antes, com a ajuda de satélites e drones. Se aliarmos a tecnologia à investigação conseguimos implementar, com certeza, soluções mais eficazes e adequadas a cada perfil de solo e antecipar situações futuras”, garantiu.

 

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Uma ideia sustentada por Teresa Soares David, investigadora no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), que também esteve presente no evento, onde dinamizou o workshop “Adaptação das florestas à seca. O papel dos sistemas radiculares na captação de água em profundidade”.

“Para podermos adaptar as florestas mediterrânicas à seca temos de saber que características cada espécie desenvolve, de forma natural, para sobreviver em condições de alguma escassez de água. E para além disso, temos de conhecer a realidade climática atual e as projeções para cenários diferentes. Só assim podemos atuar da melhor maneira”, explicou.

De acordo com alguns estudos apresentados pela investigadora, tanto o sobreiro como a azinheira são espécies com uma grande e progressiva capacidade de adaptação à seca, criando estratégias naturais para sobreviver em solos mais áridos.

Na região algarvia, de acordo com dados do Inventário Florestal Nacional, revisão de 2015, estas duas espécies ocupam atualmente 44% da área florestal da região (35% sobreiro e 9% azinheira).

Também a alfarrobeira e o pinheiro manso, bastante presentes na paisagem algarvia, se apresentam como espécies que lidam moderadamente bem com a escassez hídrica.

“Se queremos gerir a floresta temos de saber planear, implementar medidas e monitorizá-las e avaliá-las. Mas a nossa gestão tem de ser sempre encarada como um processo contínuo e de aprendizagem conjunta.”, concluiu Teresa Soares David.

Estes dois workshops decorreram no âmbito do projeto ‘Valorização e Aproveitamento da Floresta Mediterrânica, o caso do Concelho de Loulé’, resultante de uma candidatura conjunta entre a Fundação Manuel Viegas Guerreiro e a Câmara Municipal de Loulé, ao abrigo do Plano de Ação de Desenvolvimento de Recursos Endógenos (PADRE).

A sessão está disponível no canal de YouTube da Fundação.

 

 



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