Futuro do Festival Terras sem Sombra pode estar em risco

Direção do Festival vai ainda tentar reverter a decisão do organismo do Ministério da Cultura

A Direção-Geral das Artes considerou elegível a candidatura do Festival Terras sem Sombra ao Programa de Apoio Sustentado às Artes, na modalidade bienal, «mas projeta não a considerar, em termos financeiros», revelou esta segunda-feira, na sua página de Facebook, a direção daquele Festival.

A DG Artes justifica o facto de poder vir a não apoiar as edições de 2023 e 2024 do Terras sem Sombra (que até já estão a ser preparadas) por «ter sido esgotado o montante global disponível para a área artística e/ou modalidade de apoio» em causa.

Dizendo ter sido «com surpresa e consternação» que recebeu a notificação da DG Artes, a direção sublinha que «esta decisão põe em risco a continuação do Festival, nos moldes em que o temos feito».

Além disso, «discrimina negativamente o Alentejo, região onde não foi contemplado nem sequer um único projeto no âmbito da Música, ao contrário do que tem sucedido nos últimos cinco anos».

«Algo que causa estranheza, face ao anúncio de que está previsto um notório reforço das verbas consignadas às Artes em 2023», acrescenta a direção do Terras sem Sombra.

No entanto, como a DG Artes convida o Festival a pronunciar-se, «no prazo de 10 dias úteis, sobre esta proposta de decisão, vamos fazê-lo, confiando em que sejam reprogramadas verbas e a nossa região não fique marginalizada».

Finda a 18.ª edição do Festival Terras sem Sombra, «que marca a etapa de maturidade do Festival e se pautou pela assumida feição internacional e pelo incremento de públicos, parceiros e concelhos abrangidos»,  estavam já a ser ultimadas «as duas próximas temporadas (2023 e 2024), estruturadas tematicamente em torno da diversidade e pluralidade na música e das mulheres na música».

«Um festival com estas características, de acesso livre e gratuito, realizado em territórios afastados dos grandes centros e que pugna pela valorização do património e da biodiversidade do Alentejo, pela descentralização cultural, pela inclusão e pela formação de novos públicos, só consegue oferecer uma programação de qualidade graças à rede de apoios que tem conseguido granjear, dentro e fora do nosso país», salienta a direção do Terras sem Sombra.

«Sem esconder a preocupação, mas na certeza de que baixar os braços não é solução, tudo faremos para prosseguirmos serenamente este caminho em prol da cultura, da coesão territorial e do Alentejo», conclui o Festival Terras sem Sombra na sua publicação no Facebook.

 

 



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