No dia 8 de Dezembro de 2011, começaram a ser cobradas portagens na Via do Infante, que até então era uma estrada Sem Custos para o Utilizador. 11 anos depois, a Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) ainda luta pela abolição das portagens no Algarve e volta à rua em protesto, no dia 8, às 15h00.
A CUVI vai promover uma marcha lenta de viaturas pela EN 125, com partida da localidade de Luz de Tavira (Largo da República) e término em Tavira, junto à Câmara Municipal.
Esta ação serve não só para exigir o fim das portagens, mas também a requalificação da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António.
Os ativistas anti-portagens na Via do Infante exigem que o Governo «suspenda as portagens no Algarve enquanto a EN 125 não for totalmente requalificada», como estipula uma Resolução da Assembleia da República de Junho de 2020. «Ou seja, o Governo deve cumprir o que foi aprovado no Parlamento, enveredando para a abolição total das portagens».
«Por outro lado, a PPP da Via do Infante é muito ruinosa para o Estado, transferindo este para os bolsos da concessionária privada dezenas de milhões de euros todos os anos, verbas dos contribuintes que faltam para combater a crise, para o investimento público e para a melhoria dos serviços públicos.
Para a CUVI, os 11 anos que passaram com portagens na A22 foram «de autêntico retrocesso para o Algarve, em que a mobilidade na região regrediu mais de 20 anos e as desigualdades económicas, sociais e territoriais se agravaram».
«Os prejuízos económicos e sociais têm sido muito elevados e muitas vidas se perderam, pois as portagens na Via do Infante obrigaram ao desvio do trânsito para a EN125, ainda hoje não totalmente requalificada entre Olhão e Vila Real de Santo António e que tem contribuído para o aumento da sinistralidade rodoviária na região», acrescenta o movimento, que acusa o PS e PSD de serem «os principais responsáveis» pela situação, por «não terminarem com esta calamidade».
A CUVI considera «lamentável que o Orçamento de Estado para 2023 não contemple, mais uma vez, a eliminação das portagens na Via do Infante».
Esta seria uma medida fundamental, consideram, numa altura em que o Algarve, «ainda não refeito da pandemia, continua a viver uma grave crise devido à forte sazonalidade, à inflação e ao aumento do custo de vida».
«Será incomportável para os utentes e as populações do Algarve que a concessionária imponha aumentos nas taxas de portagem e muito menos de 10% de aumento como já foi anunciado. A região conta com vários milhares de desempregados e muitos milhares na precariedade e é previsível que muitas empresas sejam atiradas para a falência, fazendo aumentar o desemprego, as dificuldades e as necessidades das populações», defende a CUVI.