Alentejo, Algarve e todo o país na obra de Artur Pastor é tema de livro de fotografia

Livro assinala o centenário do nascimento de Artur Pastor

Ceifa no Alentejo

“Portugal não se visita apenas com o olhar porque se sente, também, com o coração”: estas foram as palavras de Artur Pastor que serviram de mote ao livro que assinala o centenário do seu nascimento, e que agora já está à venda.

A publicação «Portugal, país de contrastes», que assinala o centenário do nascimento de Artur Pastor visa dar a conhecer a obra deste fotógrafo ímpar e a sua visão de Portugal, um país desaparecido e alterado na memória dos mais novos, mas refletindo um passado presente para os que o viveram. A iniciativa resulta de uma co-edição da Câmara Municipal de Lisboa e da editora Majericon.

 

Sé de Faro e Murejonas – anos 60

 

Este roteiro fotográfico agora disponível resulta de um trabalho de parceria desenvolvido ao longo de dois anos entre entre o Arquivo Fotográfico e a editora Majericon, com o objetivo de selecionar e trazer a público um conjunto de imagens representativas do país visto por Artur Pastor – o qual ele próprio denominou como “Portugal, um país de contrastes”.

A publicação é composta por uma seleção de cerca de 250 fotografias a preto e branco, através da qual é possível perceber a personalidade do fotógrafo e a sua sensibilidade para a fotografia.

 

Casa alentejana e Moura

 

Tomando como ponto de partida o texto “Portugal um país de contrastes”, escrito por Artur Pastor em abril de 1954 para a revista Portugal Ilustrado, e o seu testemunho “Portugal não se visita apenas com o olhar porque se sente, também, com o coração”, este livro constitui-se como um roteiro fotográfico sobre o legado deixado pelo fotógrafo Artur Pastor, evocando o seu desassossego ambivalente, em torno da escrita e da fotografia, do litoral e do interior ou da ruralidade e da modernidade.

A publicação está à venda nas instalações do Arquivo Municipal de Lisboa, livrarias e pode ser adquirida online através da página web da editora em www.majericon.com. Estará também disponível na Loja BLX – Bibliotecas de Lisboa a partir do início de dezembro.

A apresentação pública do livro está prevista para o próximo mês de Janeiro, nas instalações do Arquivo Fotográfico em horário e data a anunciar.

 

Tirada da cortiça

 

Tamanho 22.6 cm x 22.7 cm | 264 páginas | Capa dura | ISBN 978-98-93336-53-3 | PVP 35,00€
Textos em Português, Inglês e Francês

 

 

Nota biográfica de Artur Pastor

Artur Pastor nasceu em Alter do Chão, a 1 de maio de 1922. Concluiu o curso de Regente Agrícola em Évora, na Herdade da Mitra, em 1942.

Neste ano realizou o seu primeiro trabalho de fotografia que utilizou para ilustrar a sua tese final. Nessa altura, descobriu o gosto pela fotografia que o fascinou até ao fim da sua vida.

Em Évora, envolveu-se em projetos de natureza fotográfica apresentando os seus trabalhos em publicações ilustradas, postais, selos e cartazes. Colaborou em diversos jornais do Sul do País com artigos de opinião e de cariz literário. Com apenas 23 anos, apresentou a sua primeira exposição “Motivos do Sul”.

No início dos anos cinquenta, ingressou nos serviços do Ministério da Economia em Montalegre, sendo transferido em 1953 para Lisboa, para a Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, fundando a fototeca deste serviço.

Paralelamente, colaborou com outros organismos públicos, dos quais se destacam, a Junta Nacional do Azeite, do Vinho, das Frutas e a Federação Nacional dos Produtores de Trigo, entre outros. Em 1958, publicou uma edição de autor intitulada “Nazaré” e em 1965, “Algarve”, dois álbuns com textos e fotografias da sua autoria.

Participou frequentemente em exposições e Salões de Fotografia, tanto em Portugal como no estrangeiro, donde recebeu alguns primeiros prémios. O seu trabalho foi publicado por diversas revistas de fotografia nacionais e internacionais, tais como “The Times”, “National Geographic” entre outras.

Trabalhou por encomenda para diversos organismos oficiais e empresas, sobretudo no campo da agricultura e turismo. Integrou exposições oficiais e feiras, no país e no estrangeiro, tendo fotografado de forma regular até ao seu falecimento, em 1999. Em 2001 o espólio foi adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa.

 

 



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