O Estado Geral do Cante vai ser traçado no Festival Imaterial em Évora

Auditório Soror Mariana, Palácio Dom Manuel e Teatro Garcia de Resende são os espaços que vão acolher a programação do Imaterial

Música, cinema e uma conferência sobre o Estado Geral do Cante. É o Festival Imaterial que regressa, de 1 a 9 de Outubro, a Évora. 

Entre a variada oferta cultural que integra o programa, o debate também terá lugar nesta edição. Do ciclo de conferências destaca-se a reflexão sobre temáticas como o contínuo apartheid na música internacional, colonialismo e racismo nos mass media e o Estado Geral do Cante em 2022, debates que se vão realizar nos dias 7 e 8.

No que se refere ao ciclo de conferências, o Festival Imaterial proclama-o como «um espaço de troca de experiências e de conhecimentos sobre as responsabilidades e os desafios que pendem sobre tradições e expressões vivas e ao escutarmos as vozes daqueles que investigaram e trabalharam de perto com estas manifestações locais únicas e irrepetíveis podemos compreender melhor o nosso papel”».

O Estado Geral do Cante acontece dia 7 , às 18h00, no Palácio Dom Manuel. Ficará a cargo de Paulo Lima, Francisco Torrão e José Guerreiro.

Paulo Lima foi coordenador do Programa Identidades, um programa para a salvaguarda do património cultural imaterial do Alentejo. Integrou a Direção Regional de Cultura do Alentejo, foi coordenador da candidatura do Cante Alentejano à lista representativa do património cultural imaterial e diretor da Casa do Cante, da Câmara de Serpa.

Já José Guerreiro é coordenador do Observatório do Cante Alentejano e do Centro de Documentação do Cante Alentejano.

Quanto a Francisco Torrão, hoje com mais de 70 anos, nasceu em Serpa, cresceu e fez-se adulto com o cante alentejano. Em Paris, viu-o ser consagrado Património Imaterial da Humanidade.

No dia 8, às 18h00, no Palácio Dom Manuel, o tema do racismo é o centro do debate. O contínuo apartheid na música internacional, colonialismo e racismo nos mass media é abordado por Ian Brennan, produtor vencedor do GRAMMY Best World Music 2011. Produziu mais de quarenta discos internacionais na última década em cinco continentes, incluindo os países de Ruanda, Tanzânia, Sudão do Sul, Camboja, Romênia, Paquistão, Gana, Comores e Djibuti.

Conta também com a participação de Marilena DelliUmuhoza que obteve o seu mestrado em Comunicação Internacional, escrevendo a primeira tese em Itália sobre cinema africano e em janeiro de 2022, Marilena torna-se co-fundadora da primeira Academia online focada em antirracismo em Itália, a Academy dell’Antirazzismo.

A programação da 2ª edição do Imaterial integra, pela primeira vez, um ciclo de cinema documental com curadoria de Lucy Durán, etnomusicóloga britânica, responsável pelo programa World Routes na BBC 3. Atualmente, é professora de música na Universidade SOAS (Londres, Reino Unido), com especial enfoque na África Ocidental e Cuba. É ainda autora de diversos documentários.

Este ciclo tem já confirmada a estreia de All mighty Mama Djombo (França, Guiné-Bissau), 2022, com realização de Sylvain Prudhomme e Philippe Béziat, e que contará com a apresentação de Lucy Durán.

O filme em estreia no Imaterial traz a história do carismático cantor e compositor Malan Mané que vive há 30 anos no exílio em Montreuil, França, como trabalhador imigrante anónimo.

Da programação musical está já confirmada a presença deste conjunto de músicos: Parvathy Baul (Índia), Tarta Relena (Catalunha), Annie Ebrel & Riccardo Del Fra (Bretanha), Saz’isso (Albânia), Amélia Muge (Portugal),Natch (Cabo Verde) e Lia de Itamaracá (Brasil).

Auditório Soror Mariana, Palácio Dom Manuel e Teatro Garcia de Resende são os espaços que vão acolher a programação do Imaterial.

Este festival um projeto com organização da Câmara Municipal de Évora/DCP, cidade candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027, em parceria com a Fundação Inatel e direção artística de Carlos Seixas.

 

 

 



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