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«Senhor Presidente, Loulé é terra sabi», exclamou a dona Lídia Silva, de pé, em frente a José Maria Neves, o chefe de Estado de Cabo Verde que teve este sábado, 30 de Julho, um encontro com a vasta comunidade cabo-verdiana residente neste concelho algarvio. É que a alma de Cabo Verde «é do tamanho do mundo». 

Como explicou a Dona Lídia, um dos rostos mais conhecidos da comunidade cabo-verdiana em Loulé, terra sabi é uma expressão crioula que, em português, significa terra boa.

«Eu moro cá há muito tempo e esta é uma terra boa, senhor Presidente, que nos soube acolher», disse, num dos discursos mais emocionados deste encontro que decorreu no Centro Paroquial de Loulé.

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A história da presença dos imigrantes cabo-verdianos no concelho louletano começou há mais de 50 anos, com a instalação da fábrica de cimento da Cimpor.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara, lembrou isso mesmo.

 

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José Maria Neves e Vítor Aleixo cumprimentam-se – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

«Loulé era uma cidade pacata, de província, onde o tempo passava devagar, e muita gente veio trabalhar para cá. Desde então, esta comunidade não parou de aumentar, dando um contributo ativo para o desenvolvimento económico, social e cultural deste território», recordou.

A história da presença cabo-verdiana no concelho de Loulé tem, de resto, «momentos muito felizes».

É uma história «que correu muito bem», acrescentou o autarca, e que se materializa em nomes como Dino d’Santiago, o cantor que nasceu em Quarteira, filho de pais naturais de Cabo Verde, país com o qual o artista mantém estreitos laços.

Mas também em muitos «cidadãos anónimos» que trabalham em áreas como a hotelaria, a restauração e a construção civil.

«Os cabo-verdianos construíram a nossa comunidade com o seu trabalho, a sua dedicação. Loulé é um território de partilha, de mistura de culturas, de tradições e, sem isso, ficaríamos mais pobres», disse Vítor Aleixo.

Filomena Varela, cabo-verdiana residente em Loulé há vários anos, falou em nome da comunidade e também relembrou o facto de este ser um país de gente «de trabalho».

«Saiba, senhor Presidente, que muitos cabo-verdianos gostariam de estar aqui connosco, mas o trabalho impede-os de lhe dar um abraço. Alguns telefonaram-me a pedir isso mesmo. Somos pessoas de muito trabalho, mas a nossa terra está sempre no nosso pensamento e sangue», disse.

 

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Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

A diáspora de Cabo Verde estende-se pelos quatro cantos do Mundo. O Presidente José Maria Neves, eleito em 2021, recordou essa realidade, num discurso muito aplaudido pelos cabo-verdianos presentes no Centro Paroquial.

«Cabo Verde são aquelas 10 ilhas e todas estas também espalhadas pelo mundo. Nós somos uma nação com uma diáspora muito forte e entendê-la é fundamental para entendermos Cabo Verde», disse o Chefe de Estado, já depois de ter assistido a uma interpretação do Hino Nacional, entoado por jovens da Associação Esperança e Paz, e da atuação de um grupo de batucadeiras.

José Maria Neves agradeceu a «forma fraterna» com que os cabo-verdianos são tratados em Loulé.

«Senti esse carinho com que falam da nossa comunidade. Cabo Verde é um país com uma alma do tamanho do mundo», considerou o Presidente da República.

Nesta visita a Loulé, o chefe de Estado, além de ter sido recebido nos Paços do Concelho, também visitou os Banhos Islâmicos. Das mãos de Vítor Aleixo, recebeu a chave do Humanismo, a mais alta distinção dada pelo concelho de Loulé.

Da parte da comunidade, José Maria Neves ouviu ainda pedidos para que o Consulado de Cabo-Verde seja transferido de Portimão para Loulé, onde vivem mais imigrantes deste país.

Eurico Monteiro, embaixador de Cabo Verde em Portugal, respondeu às muitas perguntas, garantindo que, em breve, Loulé terá um consulado e um cônsul.

Será uma alegria para a Dona Lídia, para a Dona Filomena e tantos cabo-verdianos que moram em Loulé, uma «terra sabi», mas não esquecem Cabo Verde.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

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