Até agora, era “apenas” um centro comercial, mas, no futuro próximo, o Ria Shopping de Olhão quer ser um local com muitas dimensões, que irão desde o hotel cuja primeira pedra foi lançada na quinta-feira, dia 7, até à componente comercial e de «pura conveniência».
O Grupo Casais está a investir cerca de 6 milhões de euros na remodelação total deste centro comercial, boa parte dos quais num hotel de 89 quartos, que irá ocupar a quase totalidade do segundo e último piso do edifício, que era, até há pouco tempo, o food court do Ria Shopping.
Na quinta-feira, foi oficialmente lançada a primeira pedra do futuro Hotel B&B Olhão, um projeto com a assinatura do arquiteto José Mário Fernandes.
Esta unidade hoteleira de três estrelas será a primeira no Algarve desta marca internacional, detida pelo banco de investimento Goldman Sachs.
A sua abertura está prevista para «Março ou Abril de 2023», segundo Mário Fernandes, administrador do Grupo Casais.
«O hotel vai ser desenvolvido apenas no piso superior. Estamos a falar da substituição do antigo food court. Há um redesenho de todo o layout do centro comercial, com a preocupação de fazer a adaptação ao conceito novo, de sermos um edifício mais de serviços. Vamos diminuir a área comercial e aumentar a dedicada aos serviços», ilustrou ao Sul Informação Mário Fernandes.
«Este último piso será claramente dedicado aos serviços. Vamos aqui ter o hotel, um ginásio e a clínica. O piso 1 vai ser puramente comercial e vai acolher o novo food court, na praça mais a Norte, onde antes funcionou a loja da Sport Zone», reforçou Mario Fernandes.
O piso zero «continuará a ser de pura conveniência, ainda que com mais algumas lojas».
Outro projeto, que também envolve a Câmara Municipal, é a instalação da Loja do Cidadão, «algo em que ainda estamos a trabalhar. Vamos ver como conseguimos encaixá-la, mas havemos de arranjar alguma forma (risos)».
António Pina, presidente da Câmara, também acredita que será possível «criar aqui a tão desejada Loja do Cidadão de Olhão», salientando que há a vontade da parte do Governo e fundos disponíveis para cofinanciar a instalação deste tipo de serviços.
O investimento que será feito visa um reposicionamento do Ria Shopping, um centro comercial que, admitiu o administrador do Grupo Casais, «teve alguns problemas de comercialização, desde o início».
«Um dos erros graves do passado foi na definição do público-alvo. O nosso alvo devem ser os olhanenses e quem vive aqui na cidade. Devemos ser mais do que um centro comercial tradicional, devemos ser um espaço de conveniência, um local onde a população local venha sempre que necessite de alguma coisa», acredita Mário Fernandes.
Tendo em vista a adequação às necessidades locais, o Grupo Casais, que gere o Ria Shopping, está à procura de novas marcas.
«Vamos passar a ter o ginásio Fitness Up, uma marca nacional que entrará no Algarve aqui em Olhão, e a JYSK, que é uma marca de mobiliário e que vai abrir dentro de algumas semanas. Também estamos a negociar uma marca alemã de moda, pura e dura», revelou.
O próprio futuro Hotel B&B Olhão, apesar de se destinar, naturalmente, a quem vem de fora, também segue uma filosofia semelhante.
«Como o nome indica, as nossas unidades são Bed & Breakfast. Não vamos ter restaurante, servimos apenas pequenos-almoços. A nossa ideia é que o hotel seja visto como um parceiro e não como alguém que chega aqui e é mais uma concorrência. Externalizamos quase todos os serviços, como a lavandaria, a limpeza, as bicicletas. Não queremos ter isso, queremos criar parcerias com negócios da cidade», assegurou ao Sul Informação Torcato Faria, gestor da B&B Hotels em Portugal.
Esta cadeia chegou em 2018 a Portugal e conta atualmente com 17 unidades hoteleiras já em funcionamento ou em construção. O objetivo é chegar às 32 unidades em Portugal, o que permitiria a esta marca ser líder de segmento Budget & Economy em 2023.
Quanto ao investimento de seis milhões, «é feito pela Casais. Nós temos uma concessão, um contrato de arrendamento. Embora sejamos a Goldman Sachs, que é o maior banco de investimento do mundo, o nosso projeto é de light assets. O nosso modelo de negócio assenta na filosofia: o que nós sabemos é gerir hotéis e é nisso que nos devemos concentrar», concluiu Torcato Faria.
Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação
