Melhores músicas do planeta voltam a Sines e a Porto Covo com aposta nas «artistas mulheres»

A mítica cantora cubana Omara Portuondo é uma das artistas mulheres presentes

A 22.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas Mundo acontece de 22 a 30 de julho de 2022, com 47 concertos de músicos de quatro continentes a realizar na aldeia de Porto Covo (de 22 a 24 de julho) e na cidade de Sines (de 25 a 30 de julho).

Depois de dois anos de paragem devido à pandemia, o festival «regressa alinhado com os princípios de representatividade geográfica, estética e cultural que o orientam desde a sua origem, com artistas de 27 países e regiões e uma grande variedade de estilos e pontos de vista», explica a organização.

Neste retomar do evento, reforça-se também «a preocupação em dar às artistas mulheres a visibilidade correspondente ao seu contributo real para a música à escala planetária».

Uma das zonas do mundo que mais vão contribuir para a presença das artistas mulheres no programa do FMM Sines 2022 são as Américas, a começar pelo Brasil, representado nesta edição por Ava Rocha, Bia Ferreira, Letrux e Marina Sena.

Ana Tijoux e Pascuala Ilabaca (do Chile), Queen Ifrica (da Jamaica), Omara Portuondo e Daymé Arocena (de Cuba) e Dominique Fils-Aimé (do Quebeque) completam a lista de artistas das Américas nesta edição do festival.

O continente africano volta a mostrar a diversidade das suas expressões musicais, com artistas situados desde o deserto do Sahara (o tuaregue Mdou Moctar) até aos arquipélagos do Índico (Maya Kamaty, da ilha Reunião). Também virão músicos da “potência” Nigéria – Seun Kuti & Egypt 80 e Etuk Ubong -, e um músico francês em processo de religação às suas raízes camaronesas (James BKS).

A música dos países africanos onde se fala o português, com ligações estreitas à cena musical portuguesa, terá representantes angolanas (Aline Frazão e Pongo) e cabo-verdianos (Acácia Maior e Re:Imaginar Monte Cara).

De Portugal, estão programados músicos de estilos vão do fado ao reggae: Club Makumba, Dulce Pontes, Fado Bicha, Paulo Bragança, Pedro Mafama, Sara Correia, Simply Rockers Sound System e The Secret Museum of Mankind.

Entre a Galiza e a Catalunha, as músicas de Espanha têm um ano forte no FMM, com Albert Pla, Angélica Salvi, Baiuca, Maruja Limón e Niño de Elche.

Uma nova abordagem ao fado junta Portugal e Espanha no duo Lina_Raül Refree.

Ainda da Europa Ocidental chegam duas novas artistas francesas (Crystal Murray e Lucie Antunes), dois agrupamentos sedeados na Bélgica (a Flat Earth Society Orchestra e a banda multinacional de sabor colombiano La Chiva Gantiva) e um representante da movida multicultural de Londres: Steam Down.

De entre o Mediterrâneo e o Cáucaso, passando pelo Mar Negro, veremos em palco a artista grega Marina Satti, o grupo bósnio Dubioza Kolektiv, a banda cigana romena Taraf de Caliu, a dupla franco-arménia Ladaniva e o músico circassiano Zaur Nagoy.

O artista que chega de mais longe a Sines em 2022 é Lakha Khan, embaixador da música do Rajastão, na Índia.

Como é habitual, as geografias do FMM cruzam-se em encontros intercontinentais, de que são exemplos, este ano, os projetos Batida B2B DJ Dolores (Portugal/Brasil), Guiss Guiss Bou Bess (Senegal/França) e KUTU (Etiópia/França).

O acesso aos concertos mantém o formato de edições anteriores, sendo apenas pagos os concertos noturnos no Castelo e os concertos no auditório do Centro de Artes de Sines. Todos os restantes concertos (concertos da tarde no Castelo e todos os concertos em Porto Covo e na Avenida Vasco da Gama) são gratuitos.

Os bilhetes para o Castelo estão à venda em Sines, em https://fmm.bol.pt e em lojas por todo o país.

 


Iniciativas paralelas
Como em anos anteriores, o FMM Sines expande a sua oferta de atividades com um programa de iniciativas paralelas.

Ainda na música, realiza-se um concerto especial pela Orquestra Locomotiva – Orquestra Sinfónica do Alentejo Litoral, que, sob direção do professor Marco Alves, reúne alunos da Escola das Artes do Alentejo Litoral e de escolas convidadas.

Nas artes visuais, o público poderá visitar, no Centro de Exposições do Centro de Artes de Sines, a exposição “Luzes Distantes”, do fotógrafo e vídeo artista Nuno Cera.

O projeto A_WEAR, de Ana Baleia, dedica-se à sensibilização para o problema dos resíduos têxteis, e vai estar presente no festival com uma exposição e um “workshop” para crianças.

Uma das iniciativas paralelas mais emblemáticas do festival, os ateliês para crianças com músicos do festival, volta a acontecer.

Para os bebés dos 0 aos 3 anos e famílias, realiza-se a atividade “Canto de Colo”.

As visitas guiadas “O Outro FMM” permitem aos interessados conhecer os bastidores do festival no Castelo.

As sessões de narração oral – programa Contos de Tantos Mundos – serão asseguradas por Mariana! – Maria Morais e Ana Lage, Virgina Millefiori, Histórias de Saias – Duas Mulheres que Contam e Rodolfo Castro.
No projeto Entremarés, investigadores do CIEMAR – Laboratório de Ciências do Mar da Universidade de Évora e do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente guiam os espectadores do festival pelos segredos na zona costeira do concelho de Sines.

A Fundação INATEL anima as ruas do centro histórico e a Avenida Vasco da Gama com os projetos Banda às Riscas, Al-Fanfare, Concertinas e Cabeçudos e Associação de Zés P’reiras de Antas.

No Centro de Artes de Sines, Inês Nadais, Lia Pereira e Sofia Branco debatem o tema “Escrever sobre música em Portugal. Há mulheres que o fazem?” e, na Capela da Misericórdia, Eduardo M. Raposo apresenta o seu livro “Amor e Vinho. Da Poesia Luso-Árabe à Nova Música Portuguesa (Séculos XI-XXI)”.

Rui Cidra apresenta outro livro, “Funaná, Raça e Masculinidade: uma Trajetória Colonial e Pós-colonial”, sendo a apresentação seguida de um concerto por Dju di Mana (que participou na investigação que deu origem ao livro) e convidados.

A habitual Feira do Livro e do Disco do FMM tem lugar na Capela da Misericórdia.

O projeto Plastic Funk, orquestra baseada em indumentária e instrumentos construídos com materiais poluentes do fundo do mar e oceanos, faz uma arruada e uma apresentação no Largo Poeta Bocage.

 

 

 



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