Número de linces-ibéricos continua a crescer em Portugal e Espanha

Núcleo de reprodução no Vale do Guadiana tem um total de 209 linces, dos quais 139 são adultos

Solta de linces em Alcoutim – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

A população de lince-ibérico na Península Ibérica continua a crescer e estabilizou em mais de 1.000 exemplares a viver em liberdade, revela o censo da espécie divulgado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Este censo foi desenvolvido em 2021, em Espanha e Portugal, pelas Administrações de Conservação da Natureza competentes, com a colaboração de organizações não governamentais que apoiam no trabalho de monitorização e conservação da espécie.

Assim, de acordo com esses dados, em 2021, havia 13 núcleos populacionais de linces, dos quais 12 foram encontrados em Espanha – cinco núcleos na Andaluzia, três em Castilla-La Mancha, quatro na Extremadura – e mais um núcleo em Portugal.

No ano passado, no total, foram recenseados 1.365 exemplares em toda a península Ibérica, distribuídos entre Espanha, com 1.156 indivíduos (84,7%), e Portugal com 209 indivíduos (15,3%).

A Andaluzia (519 indivíduos; 38,0% do número total de linces), Castilla-La Mancha (473; 34,7%) e Extremadura (164; 12,0%) são as comunidades autónomas espanholas com uma presença estável da espécie.

Em Portugal, o núcleo de reprodução no Vale do Guadiana tem um total de 209 linces, dos quais 139 são adultos. Durante a época de 2021, nasceram 70 crias de 31 fêmeas reprodutoras.

Os números fornecidos pelos censos das diferentes comunidades autónomas espanholas «apresentam resultados para uma produtividade de crias nascidas por fêmea territorial reprodutora em território Espanhol de 1,8 no cálculo geral do país, enquanto os resultados para Portugal foram de 2,3. Nas comunidades autónomas espanholas, os rácios de crias nascidas foram os seguintes: Andaluzia 1.4; Castilla-La Mancha, 2.4; e Extremadura, 1.4».

A proporção entre machos/fêmeas adultos e juvenis foi de 0,99 a favor das fêmeas (347 machos/352 fêmeas).

 

Segundo o ICNF, «o declínio das populações de lince-ibérico em liberdade foi uma constante desde os anos 50 até, pelo menos, 2004, em toda a sua área de distribuição».

A perseguição humana e a escassez de coelho-bravo «foram as principais causas do declínio desta população, levando a espécie ao próprio limiar da extinção».

Por esta razão, «desde o início do século XXI, foram lançadas diversas iniciativas de conservação, incluindo vários projectos LIFE desde 2002 até aos dias de hoje e o desenvolvimento da reprodução em cativeiro no âmbito do programa de conservação ex situ».

«Graças a este grande esforço de conservação, a população de lince-ibérico tem continuado a crescer numericamente e em relação à sua área de presença nos últimos anos», conclui o ICNF.

 

 

 



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