Festival Terras sem Sombra chega a Alter do Chão com muita música

A 2 e 3 de Julho

A música, a história do Alto Alentejo e a importância do mel vão estar em destaque no próximo Festival Terras sem Sombra, que se realiza nos dias 2 e 3 de Julho em Alter do Chão. 

Nesta localidade, a 2 de Julho, às 21h30, o Cineteatro será o palco do sexto momento da sua 18.ª temporada do Festival Terras sem Sombra, que vai contar com um recital que visita obras de compositores portugueses, franceses e austríacos.

“O Triunfo da Primavera: Canções de Debussy, Poulenc, Fragoso, Lacerda, Schubert e Wolf” reúne duas artistas, a  soprano Carla Caramujo e a pianista Lígia Madeira.

O projeto envolve cerca de centena e meia de alunos do agrupamento escolar de Alter do Chão que, acompanhados pelos respetivos professores, interagiram de perto com as artistas na preparação do concerto. Um trabalho de formação de novos públicos para a música erudita, interagindo de perto com as famílias, e cujos resultados vão ser dados a conhecer na mesma ocasião, através da iniciativa “Terras sem Sombra Kids”, do FTSS, numa exposição no Cineteatro de Alter.

Carla Caramujo é uma das mais aclamadas sopranos portuguesas da atualidade, tendo vencido, entre outros certames, os seguintes: Concurso Nacional Luísa Todi, Musikförderpreis der Hans-Sachs-Loge (Nuremberga), Dewar Awards, Chevron Excellence e Ye Cronies Awards (Reino Unido). É diplomada pela Guildhall School of Music and Drama (Londres) e pelo Royal Conservatoire of Scotland (Glasgow) e tem ainda realizado um percurso em palcos da Europa, da América e da Ásia.

Lígia Madeira, também distinguida em concursos de música nacionais e internacionais, atuou, na qualidade de solista, com a Orquestra Sinfónica da ESMAE, a Orquestra Sinfónica do Porto e o Coro da Casa da Música. Apresenta-se regularmente a solo ou em dispositivos de Música de Câmara. É professora de Piano no Conservatório de Música do Porto.

Noutro horizonte temático, igualmente apegado aos valores culturais, a atividade que antecede o grande recital de sábado vai deter-se no tema “Identidade e Património: A Vila e a Freguesia de Seda”.

Com ponto de encontro em Alter, às 15h00, na Casa do Álamo, os participantes serão convidados a conhecer um território privilegiado do concelho, cujo povoamento ascende a épocas pré- romanas, testemunhado pelas antas ali identificadas.

A presença romana na região, por seu turno, mantém-se intacta à passagem do tempo e das águas, como é o exemplo da ponte de Vila Formosa, ainda hoje em uso, a mais notável do Sul de Portugal.

Do rico património local de Seda fazem parte, além dos monumentos religiosos, militares e civis, um acervo de tradições orais dignas de muita atenção e uma doçaria notável a vários títulos.

Para concluir o fim de semana, a manhã de domingo, 3 de Julho, às 9h30, terá como mote o universo do mel, produto que é marca da sustentabilidade ambiental e que decorre de uma atividade que faz uso sustentável dos recursos naturais e matérias-primas.

Mel que constitui um elemento relevante da dinamização da economia de Alter do Chão, um dos principais concelhos melíferos do país.

A atividade, com o tema “Economia, Sociedade e Biodiversidade: O Mel”, irá propor uma visita a um dos produtores do concelho, uma empresa de cariz familiar que se formou a partir do sonho de João Ferreira, nascido na Aldeia de Cunheira, e abarcou as duas filhas, Ana e Maria João.

Em resposta à massificação da indústria moderna, João Ferreira decidiu regressar à sua terra. Aos 60 anos, realizou três cursos técnicos no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, inscreveu-se na Associação de Apicultores de Portalegre,  chamou a família, e recuperou as centenárias oliveiras da propriedade e o método tradicional de produção de mel.

 



Comentários

pub