Empowered Startup abre o 1º escritório em Portugal, uma «estrela em ascensão»

Incubadora internacional está a trazer empreendedores com poder de investimento para Portugal

Paul Girodo – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

É uma incubadora virtual, que não se deixa limitar por fronteiras e conta com empreendedores das mais diversas nacionalidades. No entanto, isso não impede a Empowered Startups de ter espaços físicos em diferentes países. O mais recente foi inaugurado este mês, em Évora.

O primeiro escritório em Portugal desta empresa originária do Canadá, mas que já está em vários países, vai servir de ponto de referência aos empreendedores internacionais que a Empowered Startups está a trazer para o nosso país.

E a criação de um espaço físico é um sinal de que a operação da empresa em Portugal está a correr bem.

A Empowered Startup já mediou a vinda de vários empresários para o Sul do país, em articulação com as Universidades do Algarve e de Évora, e há mais interessados.

«Nós, neste momento, estamos a chamar a Portugal a nossa estrela em ascensão. Isto porque vemos um enorme potencial e uma grande quantidade de oportunidades de trazer inovação e prosperidade para diferentes regiões do país», disse ao Sul Informação Naheed Henderson, diretora executiva da empresa.

Portugal, diz, «é um local incrível, onde muitos empreendedores transnacionais, que têm muita experiência, são homens de negócios, inovadores e que podem trazer peritos, gostariam de estar».

«Desta forma, conseguimos casar o desejo de Portugal por inovação com o desejo dos nossos empreendedores transnacionais de vir para um local incrível, ser inovadores, criar ligações com um parceiro local na área da Investigação e Desenvolvimento e lançar uma nova marca portuguesa», acrescentou.

Naheed Henderson insiste que «Portugal está muito no mapa e julgo que os nossos empreendedores o veem como um país que não só oferece ótimas condições de vida, como também preenche as necessidades e a sofisticação que pretendem».

 

Naheed Henderson – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E que empresários são estes?

«Nós trabalhamos com empresários já estabelecidos, de alto valor e bem relacionados. Não estamos a falar de iniciantes que estão à procura de dinheiro. As pessoas que se juntam ao nosso programa são abastadas. Ou seja, não vimos para Portugal à procura de dinheiro. Vimos cá oferecer dinheiro», assegurou, ao Sul Informação, Paul Girodo, cofundador da Empowered Startups, que esteve em Évora na inauguração do escritório.

«Os empresários internacionais a nós ligados dizem-nos: gostaria de mudar para cá a minha operação – talvez não a curto prazo, porque a transição leva o seu tempo -, quero que os meus filhos vão à escola em Portugal, que a minha família viva cá», acrescenta.

«Mas o meu problema é: como é que eu obtenho cidadania? Eu venho de Hong Kong ou do Canadá ou dos Estados Unidos…», continua.

Afinal, esta incubadora internacional trabalha com «pessoas de todos os pontos do mundo. Procuramos associar-nos a pessoas que partilham as mesmas ideologias e crenças culturais, nomeadamente a democracia, a liberdade, o Estado de Direito, entre outros».

É aqui que entram os Highly Qualified Activity Visas, vistos ou autorizações de residência que o Governo português atribui a pessoas que possam trazer um valor acrescentado ao país, entre os quais os empreendedores estrangeiros qualificados que pretendam investir em Portugal.

Na visão de Filipe Galego, o diretor de operações em Portugal da Empowered Startups, o programa de vistos para empreendedores criado no nosso país traz «mais valias e empresários de qualidade para desenvolver negócios de qualidade» e vai ao encontro daquilo que esta empresa faz.

Uma das principais funções do responsável pela gestão das operações da empresa em Portugal é, de resto, tratar «de todos os processos com os clientes, da ligação entre as universidades e o próprio cliente e do acompanhamento dos projetos de desenvolvimento e incubação que o cliente faz connosco durante dois ou três anos».

 

Novo escritório – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Este acompanhamento constante e o fomento da relação entre empresários e universidades é uma caraterística diferenciadora do projeto da Empowered Startups, defende Paul Girodo, que esteve em Évora acompanhado pelo “núcleo duro” da empresa, nomeadamente Chris Lennon, presidente da corporação, além de Naheed Henderson.

O trabalho desta incubadora internacional, explica o seu cofundador, «é casar o talento empresarial e dinheiro internacional com o talento académico e científico em Portugal».

«Os académicos portugueses têm a tarefa de produzir conhecimento e os parceiros internacionais da Empowered Startups têm de liderar, gerir e ser as pessoas altamente qualificadas para potenciar [economicamente] a investigação que está a ser feita», enquadra Paul Girodo.

«Obviamente que não estarão a fazer o trabalho académico no laboratório. Vão, isso sim, estar a supervisionar a estratégia de desenvolvimento do protótipo», realça.

Paralelamente, os empresários, em conjunto com a incubadora, tentam perceber «como podem usar as suas redes e conexões, assim como as nossas, para estar a vender em entre 3 a 5 países, no 36º mês».

É que, apesar de ser «bom estar aqui em Évora e ter aqui a parte de I&D», não é aqui que estes investidores querem vender o seu produto. «Onde o vais vender é em Hong Kong, no Canadá, nos Estados Unidos, em França, etc.».

 

Novo escritório – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Paul Girodo aproveitou a ocasião para «dizer algo que é controverso: em Portugal, em Espanha e noutros países, temos o programa Golden Visa, em que apenas tens de comprar uma propriedade para teres autorização de residência».

«A maioria destas pessoas – e estou a generalizar, quando digo isto -, não criam laços significativos com Portugal. Limitam-se a comprar uma propriedade ou uma casa e ganham a possibilidade de vir para cá, quando as coisas se complicam no seu país de origem», disse, acrescentando que isso «não é contribuir para a comunidade, é uma espécie de cartão “Saia da cadeia de graça”», numa referência ao jogo Monopólio.

«Os únicos que beneficiam realmente são o agente imobiliário e o advogado que trata das questões de cidadania. No nosso programa, há uma larga rede de pessoas e instituições que beneficiam com a entrada dos nossos empreendedores internacionais e com a ligação que criam com as universidades», concluiu.

 

 

 

 

 

 



Comentários

pub