Uma cria de Peneireiro-das-Torres nasceu hoje, dia 1 de Junho, na colónia de Mértola, o último local urbano em Portugal onde esta espécie ainda nidifica, onde existem cerca de 20 casais.
O momento da eclosão do peneireiro bebé, o primeiro de vários que são esperados nesta época de criação, foi captada em vídeo, graças às câmaras que foram instaladas em caixas-ninho na vila alentejana e que mostram o dia a dia de duas famílias desta espécie, também conhecida como Francelho.
As câmaras foram instaladas pela Portugal Wildscapes em parceria com o ICNF – Parque Natural do Vale do Guadiana e com o Município de Mértola, «num esforço conjunto para garantir que a espécie continua a nidificar na vila, em caixas-ninho instaladas para esse efeito».
«Existem outros indivíduos na Zona de Proteção Especial de Castro Verde e no Parque Natural do Vale do Guadiana, que nidificam em antigas ruínas, cavidades e, atualmente, também em paredes de nidificação instaladas pela Liga para a Proteção da Natureza, no âmbito de projetos de conservação para a espécie no Baixo Alentejo», explicou a Portugal Wildscapes.
No filme gravado esta manhã, «é possível observar uma cria fora do ovo, um ovo semi-eclodido e ainda momentos de alimentação, em que a progenitora oferece pequenos pedaços de rato à cria, que terá sido possivelmente trazido pelo macho esta manhã».
Veja o vídeo aqui:
Esta medida de conservação permite «conhecer melhor os hábitos de alimentação e a sua forma de comunicação, estudar o comportamento da espécie, e ainda identificar o momento certo para anilhar as jovens crias antes de abandonarem o ninho».
Em Junho, ainda em data a definir e dependendo da evolução das crias, será promovida uma sessão de anilhagem pública.
A instalação das câmaras é uma iniciativa da Portugal Wildscapes, cofinanciada pelo Programa Operacional Regional do Alentejo – Alentejo 2020.
A Portugal Wildscapes é uma associação sem fins lucrativos que trabalha no Baixo Alentejo para aliar o turismo à conservação da natureza, através do envolvimento de privados, autarquias e ONGs. Promove um destino de turismo de natureza responsável, criar pacotes de visitação que geram fundos para a conservação, e promove os valores naturais do território.
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