Refinaria de Sines da Petrogal é a instalação mais poluente do país pelo 2º ano seguido

Segundo o ranking de instalações mais poluidoras em 2021 da ZERO

A Refinaria de Sines da Petrogal voltou a ser a instalação mais poluente do país, pelo segundo ano consecutivo, e aumentou as emissões de gases com efeito de estufa em 2,4%, entre 2020 e 2021, revelou a associação ambientalista ZERO, no seu ranking de instalações mais poluidoras em 2021.

Apesar disso, Sines também está ligado a um aspeto positivo deste ranking: de 2020 para 2021, “desapareceu” da lista a Central Térmica de Sines, uma vez que já que não teve quaisquer emissões no ano passado, devido ao fim do uso do carvão na produção de eletricidade em 2021.

Neste ranking, a ZERO «identifica as principais mudanças nas emissões das dez instalações industriais portuguesas que mais contribuem para as alterações climáticas».

A associação recorreu aos dados recentemente disponibilizados pelo registo de emissões associado ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) para efetuar uma seriação das instalações/empresas mais poluentes de Portugal em 2021 no que respeita às emissões de dióxido de carbono, principal gás de efeito de estufa causador das alterações climáticas.

A maior subida no ranking entre 2020 e 2021 foi o da Central Térmica a carvão do Pego, «que teve de queimar o carvão que tinha em stock para parar a sua atividade em Novembro de 2021».

Logo a seguir, vem a Fábrica da SECIL no Outão, com um aumento de emissões de 6,3%.

«Num futuro próximo, tudo indica que continuarão a ser as centrais de ciclo combinado a gás natural, a refinaria de Sines, o setor cimenteiro e o setor petroquímico que dominarão a seriação das unidades empresariais maiores emissoras de dióxido de carbono», antecipa a ZERO.

Este acompanhamento da ZERO enquadra-se no trabalho do projeto LIFE Emissions Trading Extra (ETX) financiado pela Comissão Europeia que promove uma participação mais abrangente da sociedade civil nos processos de tomada de decisão e monitorização, a par com uma maior colaboração internacional para garantir que o Comércio Europeu de Licenças de Emissão favorece o clima e as pessoas.

O Comércio Europeu de Licenças de Emissão integra as principais unidades de setores fortemente emissores de emissões de carbono, nomeadamente centrais térmicas, refinação, cimento, pasta de papel, vidro, entre outras. Em Portugal, há 211 unidades que estão integradas no CELE.

No caso das centrais térmicas utilizando combustíveis fósseis, todas as licenças de emissão têm de ser adquiridas (compradas em leilão), enquanto noutros setores uma grande parte das licenças é oferecida gratuitamente e a restante tem de ser adquirida. O custo da tonelada de dióxido de carbono atingiu um recente máximo absoluto de 97 Euros no passado dia 7 de Fevereiro de 2022, estando atualmente nos 83 Euros.

 

 

 



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