Portugal de Lés-a-Lés parte de Faro, atravessa o Alentejo e termina em Bragança

24.ª edição do Lés-a-Lés conta com 2000 motociclistas

A 24.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés parte de Faro, a 10 de Junho, atravessa o Alentejo, a Beira interior e termina em Trás-os-Montes. Os 2000 motociclistas que participam na aventureira maratona organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal, terão à sua disposição uma dezena de oásis, dispersos ao longo das três etapas, em locais estratégicos, onde uns minutos de paragem permitirão esticar as pernas ao mesmo tempo que se apreciam algumas belezas únicas.

São pontos de paragem programadas onde, entre uma água e uma peça de fruta, um café ou um doce típico, se vão trocando as emoções mais vívidas de cada troço da longa estrada que completa o Portugal de Lés-a-Lés.

Do concelho de Faro, de onde parte a longa e heterogénea caravana no dia 10 de Junho rumo ao Norte, depois do Passeio de Abertura na véspera, até Bragança, onde estará instalado o pórtico de chegada, muitos serão os pontos de interesse.

Ainda nos quilómetros iniciais, primeiro momento forte em Alcoutim, com promessa de grande animação, seguindo-se Mértola, com paragem em local muito fotogénico, logo após a passagem do Guadiana.

 

Continuando pelas terras alentejanas, a autarquia de Moura, em parceria com a União de Freguesias de Safara e Santo Aleixo da Restauração, recebe os mototuristas em Safara, mesmo antes da paragem em Mourão. Aí, a Câmara determinou a inversão do trânsito para facilitar a subida ao castelo, de onde será possível desfrutar de uma visão ímpar sobre a vila e a albufeira do Alqueva, podendo mesmo vislumbrar-se os participantes na 3.ª Concentração Motard – Moto Livres Club.

Monsaraz e os vestígios arqueológicos de Xerês, Belhoa ou Outeiro, ou o Monumento de Homenagem ao Cante Alentejano, antecedem a visita a Vila Viçosa, terra de mármores famosa, também, pelo Paço Ducal, a que se segue Borba, a mais pequena cidade alentejana e que, além dos mármores, ganha destaque pela qualidade dos vinhos.

 

Curta de população como grande de alma é também a vila de Arronches, sede de município que conta apenas com três freguesias. Mas onde haverá espaço com fartura para parar as muitas centenas de motos, no airoso Jardim do Fosso, bem no centro da vila raiana.

Um pouco maior é Castelo de Vide, famosa pela judiaria, pelo castelo e, mais recentemente, pela Casa da Cidadania Salgueiro Maia, núcleo museológico inaugurado a 1 de julho do ano passado, no dia em que o ‘capitão de abril’ completaria 77 anos.

Uma das curiosidades da 24.ª edição do Lés-a-Lés prende-se com o constante saltitar entre os dois lados da fronteira, com nada menos de oito travessias entre Portugal e Espanha.

Uma delas levará a caravana a Valverde del Fresno, com um oásis montado nas enormes instalações da Motoval, patrocinador desde há vários anos da aventureira travessia portuguesa, que atrai cada vez mais espanhóis.

 

Muitos deles conhecem já o Sabugal, concelho que o Lés-a-Lés já visitou por diversas vezes ao longo de 23 anos de história do evento, com várias visitas aos cinco castelos, à Ponte de Sequeiros ou às Termas do Cró, entre muitos outros lugares sabugalenses.

Mas ainda há sítios por descobrir como a nascente do Côa em plena Serra das Mesas, integrada na Reserva Natural da Serra da Malcata. Serranias que antecipam a chegada à maior de todas as elevações em território continental, com a visão da Serra da Estrela na chegada à Covilhã, final da segunda etapa.

No último dia, sempre com território espanhol no horizonte e a agulha virada a norte, é Mogadouro que espera pelos motociclistas, oferecendo a arrebatadora beleza do Parque Natural do Douro Internacional no caminho até Miranda do Douro.

Depois de mais de duas décadas de ausência desta região, um regresso em grande com dois controlos no concelho onde nasceu a segunda língua oficial de Portugal, forma de garantir que mesmo os mais apressados não perdem pitada da beleza cénica proporcionada. Por falar em cenários teatrais, fica a aposta de como estes serão dois dos mais marcantes controlos!

Pelo meio, um dos últimos oásis e também dos furos na tarjeta, será feito no concelho de Vimioso, num sítio deveras aprazível nas margens do Rio Angueira. E onde não faltará, além de algo para trincar e para beber (sem álcool, claro…), uma ponte românica, moinhos comunitários ou uma igreja paroquial do século XVIII, além da muito cuidada praia fluvial.

Tempo de um mergulho – se o tempo ajudar – antes da chegada a Bragança e ao último dos Controlos Secretos onde os 2000 motociclistas, que muito rapidamente esgotaram a lista de inscritos, vão reviver as pantominices criadas pelos vários motoclubes que colaboram com a Comissão de Mototurismo da FMP neste grande evento internacional.

Um regresso que muito vai animar o Lés-a-Lés, depois de dois anos de várias limitações, com momentos de diversão oferecidos por alguns dos mais criativos motoclubes nacionais. É o caso dos MC Albufeira, Moura, Motards do Ocidente (Sintra), Arronches, Conquistadores (Guimarães), MK Mákinas (Tábua), Porto ou Moto Galos (Barcelos) que, por momentos, conseguem transportar a caravana para um universo paralelo.

Boa disposição contagiante em quadros alegóricos de enorme riqueza pictórica, com figuras e evocações devidamente enquadradas nos locais onde são montados estes pontos. E onde os participantes assinalam a sua passagem, com marcação na tarjeta que garante o cumprimento na íntegra do percurso entre Faro e Bragança, com passagem por Castelo de Vide e Covilhã.

No programa, mais de um milhar de quilómetros em inolvidável viagem aventureira, entre os dias 9 e 12 de Junho, cumpridos ao longo da zona raiana, sempre com um pé do lado espanhol da fronteira. E com a garantia de paisagens soberbas, agradáveis estradas com pouco trânsito, monumentos dos mais variados períodos da História, a riquíssima fauna e flora de uma região agreste e pouco humanizada, e uma gastronomia ímpar.

 

 

 



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