PSD de Beja contra reversão do Hospital de Serpa para o SNS

Se isso acontecer, Hospital de S. Paulo encerra, alertam os social democratas.

A Distrital de Beja do PSD afirmou, esta terça-feira, que caso se concretize a reversão do Hospital de S. Paulo, em Serpa, para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), esta unidade hospitalar que serve a população do concelho serpense e, parte da do concelho de Mértola, encerra no imediato.

Para os social-democratas só existe uma solução: a gestão continuar nas mãos da Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Serpa.

Esta gestão teve início em 2014, depois da celebração de um acordo com cooperação entre a SCM de Serpa, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Esta unidade hospitalar tem apresentado vários problemas, nomeadamente, ao nível do Serviço de Urgência, que funciona, apenas, durante o dia, quando existe médico de serviço.

Outras queixas prendem-se com atrasos no pagamento dos salários e falta de médicos.

Uma situação que tem espoletado muita preocupação junto da população local e que levou os social-democratas a considerar que a gestão autárquica, em Serpa, liderada pela CDU, se tem «constituído como grande parte do problema, em vez de contribuir para a solução» desta situação.

O PSD afirma que o slogan utilizado para «reverter a gestão» do Hospital de São Paulo da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS) para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) «nunca foi devidamente explicado».

José Damião Félix, vice-presidente da Distrital de Beja do PSD, considera que «a população de Serpa continua a não ser, devidamente, informada pelo executivo da Câmara Municipal das consequências da reversão da gestão do Hospital de S. Paulo para o SNS».

O PSD afirma que «essa opção de reversão não pode estar em cima da mesa, sob pena de se perder, definitivamente, o Hospital».

«Quando a gestão do Hospital de S. Paulo foi entregue à SCM, na altura, da assinatura do protocolo foi com o objetivo de manter os serviços», recorda o responsável.

José Damião Félix realça que «a ARS Alentejo já admitiu, em vários fóruns, que caso a reversão aconteça», o Hospital de Serpa «será, imediatamente, encerrado, pois o edifício é propriedade da Santa Casa da Misericórdia e não se cumprem os rácios populacionais para mantê-lo em funcionamento».

«O encerramento do hospital é que deveria preocupar a gestão autárquica que deveria associar-se à SCM na manutenção do Hospital e não a promover manifestações de desinformação, uma vez que, aquele equipamento, apesar de ter uma gestão privada, continua integrado no SNS», vinca José Damião Félix.

 

 

Perante este quadro, o PSD afirma que «a única opção é manter o hospital na esfera de gestão da Santa Casa, em complementaridade ao Hospital de Beja e SUV de Moura».

Uma situação que, segundo a Distrital laranja, teria que contar com «o apoio da Câmara Municipal de Serpa e do seu executivo» e o que acontece é «exatamente o inverso».

O Sul Informação tentou, sem sucesso, obter uma reação a estas acusações junto do presidente da Câmara Municipal de Serpa.

Entretanto, a autarquia emitiu um comunicado em que volta a defender a integração do Hospital de S. Paulo no Serviço Nacional de Saúde.

No documento pode ler-se que «a saúde deve ser pública, universal, geral e gratuita e só assim poderá ser garantido o direito à saúde da nossa população».

A autarquia refere ainda que se trata de «um direito constitucionalmente consagrado e que deverá ser assegurado pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e pelo Ministério da Saúde, entidades que acordaram a transferência da gestão deste Hospital, através de um acordo de cooperação assinado em 2014, para a Santa Casa da Misericórdia».

“Nessa altura, não foi acautelado o serviço público, as necessidades dos utentes e não ficaram garantidos os serviços de saúde básicos e necessários às populações», acrescenta.

A Câmara Municipal de Serpa sublinha que «vai continuar a empenhar-se, aliás como tem vindo a fazer em várias situações, na defesa dos direitos dos seus munícipes, nomeadamente pelo direito à saúde».

 

 

 



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