Há Caroços na Galeria Municipal de Montemor-o-Novo

Pinturas sobre tela e sobre pequenas pedras ocupam as duas salas

A exposição “Caroços”, de Martinho Costa, foi inaugurada na Galeria Municipal de Montemor-o-Novo, no sábado, 26 de março, às 18h00.

“Caroços” reúne um novo conjunto de trabalhos realizados entre 2020 e 2022. Pinturas sobre tela e sobre pequenas pedras ocupam as duas salas da Galeria Municipal de Montemor-o-Novo.

Uma série de 16 pinturas sobre tela são suportadas sobre três estruturas modulares móveis criadas especificamente para o espaço. São observações fixadas em pintura de pequenos aspetos que o artista foi observando.

Pelo meio, é possível ver ainda uma reinterpretação sobre um grande painel de quatro telas da pintura original Venus e Adonis, pintada em 1554 por Ticiano.

A exposição é finalmente pontuada por uma numerosa quantidade de pinturas sobre pequenas pedras espalhadas pelo chão. Representam caroços de azeitonas e de cerejas e dão o título à exposição.

Se a exposição tiver que ser sobre algo, é sobre a forma como a pintura é entendida pelo autor: uma enorme máquina de deglutir. Como se as imagens do mundo fossem pacientemente digeridas e mastigadas pelo pintor. No final, fica apenas a parte mais dura das coisas.

 

Martinho Costa vive e trabalha nas Caldas da Rainha.

Licenciado em Artes-Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, em 2002.

Em 2003, completa o Mestrado em Teoria y Prática de las Artes Plásticas Contemporâneas na Universidad Complutense de Madrid.

O seu trabalho em pintura reparte-se sobre múltiplos suportes que vão desde a pintura de atelier sobre tela, ao fabrico de livros de pintura pintados em edições únicas, bem como em intervenções pictóricas no espaço exterior.

Estes vários suportes sobre os quais tem vindo a multiplicar a sua prática artística, têm em comum o uso de imagens prévias que servem de modelos à sua pintura.

Trata-se de um processo de transformação de motivos que nos rodeiam na atualidade, a partir de um ponto de vista que tem em conta uma investigação da larga história da arte. Tentando atualizar os temas maiores e géneros que configuram a densa tradição da pintura.

Participa em diversas exposições coletivas desde 2000, de onde se destacam: Variations Portuguaises, Centre Meymac, França em 2018; Project Room na feira de arte Art Santander em 2017; Res Publica, 1910 e 2010 Face a Face, na fundação Calouste Gulbenkian;

Das exposições individuais que realiza desde 2003, destacam-se: em 2016, Folding Screen no Da2, Salamanca; em 2018, Gradient Tool, no Museu Soares dos Reis, Porto; Layer e na Galeria 111 em Lisboa; Terra de Sombra Queimada na Galeria Silvestre, Madrid, em 2017;

É ainda o autor do projeto Pinturas ao Ar Livre documentado no blog www.pinturasarlivre.blogspot.pt e da série de livros de artista Livro de Pinturas publicados desde 2014 pela Stolen Books.

Esta mostra fica patente até 20 de abril, de segunda a sexta-Feira, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00.

 

 



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