Serão os romanos os criadores do latifúndio alentejano?

Partindo da informação disponível, comenta-se a atual informação sobre a ocupação dos campos sob o domínio romano

A conferência “Serão os romanos os criadores do latifúndio alentejano? Observações sobre paisagens rurais e dinâmicas históricas”, do professor Carlos Fabião, está marcada para o próximo dia 24 de fevereiro, pelas 21 horas, no auditório da EDIA, em Beja.

A conferência resulta de uma parceria entre a EDIA, a Câmara Municipal de Beja e a Direção Regional de Cultura do Alentejo e está integrada no ciclo “Terra e Paisagens no Sul” , sendo de entrada livre.

«Este novo ciclo pretende, convocando a história, antropologia, sociologia, economia e diversas outras áreas do saber, ajudar a perceber como se foi definindo a paisagem alentejana e moldadas as suas gentes». explicam os seus promotores

Nesta conferência, pretende-se falar sobre algumas das alterações trazidas pelos romanos a este território, incidindo sobre a transformação dos campos, da sua propriedade e modos de exploração.

Abordando as alterações na estrutura fundiária, nas práticas agrícolas e na estratificação social, bem como a sua eventual persistência no tempo, tentar-se-á dar resposta à questão do título da conferência: Serão os romanos os criadores do latifúndio alentejano?

Tradicionalmente, diz-se que o ordenamento rural romano teria sido a génese do latifúndio no sul da Península Ibérica e, entre o senso comum e as publicações científicas, não faltam exemplos da exposição dessa ideia. No entanto, «pensar essa relação linear – latifúndio romano, latifúndio contemporâneo – é ignorar toda a dinâmica histórica da região, desde as transformações da Antiguidade Tardia, à islamização, passando pela conquista cristã, a ação das Ordens Religiosas, a extinção das mesmas e a venda dos bens nacionais».

Partindo da informação disponível, comenta-se a atual informação sobre a ocupação dos campos sob o domínio romano, desde os inícios da Era até à Antiguidade Tardia, cruzando esses dados com a tratadística agronómica romana, de onde se infere que não se verifica a existência de latifúndios, nem tampouco a concentração da propriedade na Antiguidade Tardia.

O conferencista convidado, Carlos Fabião, é licenciado em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Doutorado em Arqueologia, pela Universidade de Lisboa, Professor Associado do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Diretor do Curso de Licenciatura em Arqueologia da FLUL, diretor do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.

Tem realizado trabalho nos domínios da Arqueologia do período pré-romano e romano, bem como da História da Arqueologia em Portugal. É autor de centena e meia de livros, artigos, comunicações a colóquios e congressos, publicados em Portugal e no estrangeiro, bem como de trabalhos de divulgação destinados ao grande público.

A entrada é livre, condicionada à capacidade do auditório, mas poderá reservar o seu lugar através dos seguintes canais: [email protected] ou 964934162 (neste caso, só de segunda a sexta-feira, entre as 08h30-12h30 e 14h15-15h45).

O uso de máscara é obrigatório.

A conferência terá transmissão em direto no canal Youtube da EDIA em https://www.youtube.com/c/AlquevaEDIA.

 

 



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