É «longa, mas mágica» a viagem que conta as histórias de Santiago do Cacém

Espetáculo faz parte do “Lavrar o Mira e a Lagoa”

A viagem vai ser «longa», mas «mágica». Haverá momentos a pé, outros de autocarro, sempre em busca do mesmo: as histórias. Histórias de pessoas, de lugares e de períodos, como a Reforma Agrária, que vão compor um espetáculo que se espera «bonito, marcante e tocante». A primeira exibição é já esta sexta-feira, 18 de Fevereiro, a partir das 19h00, em São Domingos (Santiago do Cacém).

Joana Craveiro, do Teatro do Vestido, é a diretora artística desta “Viagem a Portugal”, com paragem no Alentejo, proposta pelo “Lavrar o Mira e a Lagoa“, o programa irmão do “Lavrar o Mar”.

Entre pausas nos ensaios, conta ao Sul Informação que todo o trabalho de conceção deste espetáculo já começou «há cerca de um ano», com «idas regulares» ao concelho de Santiago do Cacém.

Em todas essas viagens, Joana Craveiro foi «ouvindo pessoas» e «recolhendo as histórias» que são a base do espetáculo.

«Tudo o que vamos contar, recolhemos no local, com os trabalhos de campo que fomos fazendo e que nos permitiram construir esta narrativa. Onde havia uma pessoa, uma história com significado, nós fomos lá», acrescenta.

Haverá muito para ouvir – e para conhecer – durante o espetáculo, mas, para aguçar o apetite, Joana Craveiro revela que haverá «imensas histórias» de um tempo específico, vivido intensamente por terras alentejanas.

Trata-se da Reforma Agrária, nos anos logo após a Revolução de 1974. «Como era de esperar, é uma altura repleta de histórias», diz a diretora do espetáculo, dando o exemplo de Augusta Franca, da Cooperativa Estrela Vermelha de Santiago do Cacém.

Mas esta “Viagem a Portugal” também tem histórias «do agora, de pessoas que habitam estas paisagens».

«A toponímia é uma das grandes histórias destas terras: o Alentejo tem aí marcada a história política portuguesa e nós vamos falar sobre isso», conta Joana Craveiro.

 

Joana Craveiro – Foto: Bruno Simão

 

Com estreia marcada já para esta sexta-feira, dia 18, a partir das 19h00, com partida da aldeia de São Domingos, os últimos preparativos para o espetáculo «têm sido uma loucura».

«Sem a nossa grande equipa, nada seria possível. A logística tem obrigado a dormir pouco e a percorrer muitos quilómetros porque a vastidão também faz parte deste território e temos de falar disso», diz Joana Craveiro.

Da parte dos locais, há ansiedade em ver no que resultará esta “Viagem a Portugal”.

«As pessoas estão muito ansiosas: todas querem ver, especialmente para ouvir a sua história. Isto acaba por ser uma novidade, há essa curiosidade, as pessoas estão envolvidas e sentem que fazem parte», diz a diretora artística.

O espetáculo tem duas sessões marcadas para sexta-feira e sábado, a partir das 19h00, sempre com ponto de partida na Junta de Freguesia de São Domingos.

Durante o percurso, de quatro horas, será servida uma refeição ligeira e a organização recomenda que se use roupa e calçado confortáveis.  Os bilhetes custam 7 euros e podem ser comprados aqui.

Depois de Santiago do Cacém, também haverá uma “Viagem a Portugal” no concelho de Odemira.

A lógica do espetáculo – em percurso – será a mesma, mas, de resto, «tudo será diferente».

«Há muitos Alentejos e Odemira é outro concelho, com outras histórias. O trabalho de campo também já começou, mas só mais tarde é que nos vamos dedicar a fundo», explica Joana Craveiro.

Por enquanto, o foco é só um: criar, em Santiago do Cacém, «um espetáculo bonito, marcante, de que as pessoas não se esqueçam. No fundo, tocar a vida de todos».

 

 



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