Mitigar as consequências do confinamento social das pessoas idosas, responder às necessidades de quem, subitamente, se viu fechado em casa, privado de contactos familiares e sociais, sem poder usufruir dos locais de apoio e de convívio habituais.
Estes foram os principais objetivos do projeto “HumanaMente @ctivos”, que a Cáritas Diocesana de Beja desenvolveu durante vinte meses, ao longo do período de confinamento provocado pela pandemia da Covid-19.
Márcio Guerra, coordenador do projeto, que decorreu entre Maio de 2020 e Janeiro deste ano, disse ao Alentejo.Sul Informação que esta intervenção procurou integrar as tecnologias digitais no Serviço de Apoio Domiciliário da Cáritas, aliadas a um serviço de terapia ocupacional que permitisse acompanhar, monitorizar e prevenir o surgimento de demências ou situações de depressão.
Para este responsável, o “projeto marcará uma nova intervenção da Cáritas Diocesana de Beja junto das pessoas idosas que acompanha”.
O projeto, que surgiu com o apoio do programa CUIDA promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, foi uma das 69 iniciativas sociais apoiadas naquele âmbito e teve intervenção na área das Uniões de Freguesias da cidade de Beja e nas freguesias rurais de Cabeça Gorda, Nossa Senhora das Neves e Santa Clara de Louredo, todas no município bejense.
Em termos de participantes e impacto alcançado, este projeto permitiu acompanhar 55 pessoas idosas em maior situação de isolamento, bem como fazer 1024 visitas ao domicílio.
Foram ainda realizadas 550 atividades de estimulação cognitiva, motora e sensorial e testado um modelo de voluntariado à distância e pelo uso das novas tecnologias.

Nesse sentido, foram promovidas 40 sessões de voluntariado digital de tradição e memória oral, cante alentejano e nutrição e alimentação saudável.
Estas sessões de voluntariado online promoveram a conversa, através da palavra, e foram, de acordo com Márcio Guerra, um importante complemento à terapia ocupacional.
A Cáritas Diocesana de Beja destaca e agradece, publicamente, a disponibilidade dos voluntários Jorge Serafim, Cristina Taquelim, Ruben Ramos e Francelina Luís, por participarem neste projeto e, desta forma interativa, contribuírem para atenuar o isolamento dos idosos.
A par do voluntariado digital, o coordenador do projeto revela que a equipa desenvolveu um Kit Pedagógico em formato de jogo de tabuleiro, para que a intervenção realizada possa ser praticada em família, de forma descontraída, tendo sido concebido para estimular o cérebro em seis domínios cognitivos. É jogável a partir dos 7 anos de idade.
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