Ajudas a fundo perdido à pecuária, para construção de charcas, para a aquisição de depósitos de água e para suportar os custos da distribuição da água, são algumas das medidas urgentes para mitigação dos efeitos da seca apresentadas pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), após uma reunião com os presidentes de Câmara da sua área de influência que teve lugar esta terça-feira, dia 8 de Fevereiro.
Deste encontro, resultaram «um conjunto de medidas/sugestões a propor ao futuro governo, de forma a mitigar os efeitos da seca na região».
As intervenções e apoios propostos, que visam «proporcionar condições para que a atividade agrícola e agro-pecuária consigam ultrapassar este dificílimo momento», baseiam-se em «contactos estabelecidos pelos autarcas do Baixo Alentejo com algumas das associações mais representativas do setor».
No que toca às ajudas a fundo perdido à pecuária, a proposta fala especificamente «no transporte de água e equipamento de abeberamento de animais» e no apoio «às culturas de Outono-Inverno.
Os autarcas pediram ainda «celeridade nos licenciamentos» das charcas e apoio à «limpeza e/ou aumento da capacidade de charcas existentes, bem como para novas captações subterrâneas, como forma de criar uma rede de segurança para abeberamento do gado».
A autorização para «pastoreio de pousios, culturas anuais», para «abeberamento de gado e a rega de sobrevivência das culturas nos aproveitamentos hidroagrícolas» e para «aquisição de alimentação convencional, temporariamente, nas explorações pecuárias em modo de produção biológico» são outras medidas propostas.
Os autarcas também querem ver alargado «o intervalo entre partos nas fêmeas de espécies pecuárias», que seja considerada «a elegibilidade de fêmeas jovens para prémio, de modo a alterar a estrutura etária dos efetivos», a redução do «período de retenção dos animais no âmbito das ajudas comunitárias» e a antecipação do «pagamento dos apoios aos agricultores no âmbito da PAC».
«Definir um preço para a água de Alqueva para 2022, de modo a garantir a sustentabilidade e sobrevivência de culturas já instaladas» e «agilizar o PRR de modo a apoiar a instalação de painéis de energia fotovoltaica» são outras das ações urgentes solicitadas pelos autarcas da CIMBAL.
A médio prazo, os presidentes de Câmara do Baixo Alento querem que sejam criados «verdadeiros seguros agrícolas que, à semelhança de outras intempéries, considerem também a seca», bem como reativada «a medida de eletricidade verde», criada uma ligação entre a barragem do Roxo e a de Monte da Rocha e constituída uma rede hidrológica nacional, «que assegure água para todo o país».
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