A empresa de criação de gado bovino ao ar livre Monte do Pasto está a desenvolver um projeto inovador, o “Ethical Meat – Sistema Integrado de Produção Sustentável de Carne”, em parceria com equipas das Universidades de Évora e do Minho.
Segundo a empresa, este é um «projeto ambicioso que aposta na investigação e desenvolvimento de processos e tecnologias inovadores para assegurar a produção de produtos de carne com mais bem-estar animal e mais sustentáveis», materializando a iniciativa estratégica da União Europeia – ‘Do Prado ao Prato’ – para a transição para um sistema alimentar mais sustentável ao longo da cadeia alimentar.
O projeto Ethical Meat tem como objetivo último «criar um produto de carne que integra qualificadores de alto valor comercial como o bem-estar animal, sustentabilidade, standards de qualidade, prazo de validade alargado, embalagem sustentável, redução de desperdício alimentar», refere Clara Moura Guedes, administradora-delegada do Monte do Pasto.
Estes qualificadores «garantem um potencial de captação de valor e criação de impacto ambiental e social positivos ao longo da cadeia», realça.
Como principais benefícios deste projeto, a empresa destaca o facto destes serem «produtos de carne diferenciados e de qualidade superior, saudáveis e sustentáveis, a qualificação e o controlo de gestão dos processos de criação e produção», assim como estarem a ser aplicadas soluções de energia renovável na agropecuária».
Outros benefícios prendem-se com a utilização de «um sistema de informação para valorização económica do bem-estar animal», bem como «a partilha de inovação e conhecimento em práticas de criação sustentável com mais bem-estar animal, atraindo talento qualificado».
Paralelamente à parceria já estabelecida entre o Monte do Pasto e a Universidade de Évora (UÉ) para o desenvolvimento do Ethical Meat, as duas entidades acordaram «uma parceria de Inovação Colaborativa que prevê a criação de uma nova cátedra centrada no setor agropecuário, bem-estar animal e sustentabilidade, para desenvolver aquela área e atrair e fixar profissionais qualificados na região».
O protocolo que concretiza a criação da “Cátedra Monte do Pasto Bem-estar Animal – Criação de Bovinos de Ar Livre” foi assinado na semana passada, numa sessão que decorreu no Colégio do Espírito Santo da UÉ.
Com esta Cátedra, a UÉ pretende «impulsionar o desenvolvimento e a divulgação de processos e tecnologias inovadores para o setor agropecuário da região do Alentejo, capazes de aumentar a sua produtividade e competitividade a nível nacional e internacional», diz a empresa.
Como forma de simbolizar a formalização desta nova infraestrutura na Universidade de Évora, o atual auditório da Mitra passa a designar-se por “Auditório Monte do Pasto”, um local que receberá anualmente diversos congressos e reuniões científicas, nacionais e internacionais.
Clara Moura Guedes conclui dizendo que «acreditamos que esta colaboração entre o Monte do Pasto e a Universidade de Évora demonstrará o valor da investigação aplicada e da passagem da experimentação teórica em contexto de laboratório para as empresas, criando mais valor».
O projeto foi desenhado incluindo componentes que asseguram que a aplicação prática de inovação seja replicável por outros agentes económicos, podendo vir a constituir a base de afirmação da região como produtora de carne de elevada qualidade, característica essencial para competir nos mercados internacionais de maior valor e atrair os consumidores mais exigentes.
Assim, o projeto prevê a montagem de um “Parque Experimental de Bem-Estar Animal”, o primeiro em Portugal e na Europa, em parceria com a Universidade de Évora, que apoiará ações de formação prática, experimental e experiencial no processo de criação assente em bem-estar animal, inovador e eticamente responsável, permitirá disseminar, de forma alargada, melhores práticas no setor agropecuário, e contribuir para o aumento da sua produtividade e qualificação.
Prevê também a integração de painéis de Energia Solar nos Parques Animais, testando, em simultâneo, uma solução que viabiliza a proteção dos animais contra a radiação solar e o stress térmico, aumentando o bem-estar animal e potencia a utilização de energia verde no processo de criação animal, inovadora a nível nacional e europeu, que aproveita um dos principais recursos endógenos da região alentejana – o sol.
A criação de um “Sistema de Alimentação Sustentável” também está previsto, ou seja, um sistema de qualificação inovador que aumenta a qualidade e valor da matéria-prima criada com maior bem-estar animal, através da aplicação de novas tecnologias agroalimentares de conservação da carne, utilizando materiais de embalagem sustentáveis e seguros, a desenvolver pela Universidade do Minho.
O projeto é cofinanciado pelo Compete 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico Empresarial para Territórios do Interior.
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