O Presidente da República recusou-se a «especular» sobre a existência de uma rota migratória com destino a Portugal, proveniente do Norte de África, em declarações aos jornalistas,hoje, sexta-feira, em Albufeira.
À margem da sessão de encerramento do Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, à qual presidiu, Marcelo Rebelo de Sousa pronunciou-se sobre o resgate de 37 homens que estavam a bordo de um barco de madeira, ao largo do Algarve, fazendo questão de salientar que, na sua visão, a Marinha respeitou «as regras aplicáveis a situações destas», na operação que levou a cabo ontem.
«Penso que ainda está a decorrer o interrogatório aos recém-chegados. O exame permitirá distinguir as situações, que têm sido muito diferentes num caso e noutro», disse.
É que ontem esteve em causa o salvamento de pessoas que pediram auxílio, quando estavam ainda em mar alto e em águas internacionais, e não um desembarque, como em situações anteriores.
Desta forma, os 37 homens que ontem foram resgatados pela marinha serão tratados de forma diferente, uma vez que não cometeram qualquer ilegalidade.
Quanto à existência de um fluxo planeado de migrantes entre o Norte de África e o Algarve, o Presidente da República considerou que «o que se pode dizer é que, há já algum tempo, a uma rota migratória que era sobretudo concentrada no Mediterrâneo oriental e central, se juntou uma outra que conduz ao Mediterrâneo ocidental, nomeadamente a Espanha».
Em alguns casos, os migrantes partem, «até, da costa africana atlântica».
«Isso realmente aconteceu ao longo dos últimos anos, com expressões diferentes – maior no Verão, menor fora desse período – e diminuiu muito na altura da pandemia», enquadrou.
No entanto, disse Marcelo Rebelo de Sousa, é cedo para estar «a fazer qualquer análise sobre o que virá a ser a evolução no futuro».
