Câmara de Barrancos investe 490 mil euros na reabilitação do Castelo de Noudar

Monumento está fechado ao público, pelo menos até 15 de Dezembro

Castelo de Noudar – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O troço nascente/norte da muralha do Castelo de Noudar, no concelho de Barrancos, que é monumento nacional, vai sofrer obras de reabilitação no valor de pouco mais de 490 mil euros. Os trabalhos são da responsabilidade da Câmara deste concelho da margem esquerda do Guadiana.

Esta é a primeira fase dos trabalhos de restauro daquele castelo, numa obra que foi ainda projetada e consignada pelo anterior executivo da Câmara de Barrancos, que era então presidido pelo socialista João Nunes.

Leonel Rodrigues, o novo presidente da autarquia, eleito pela CDU, já salientou que as muralhas estão «numa situação de degradação muito avançada e [em risco] de derrocada».

Por causa dos trabalhos, segundo edital assinado pela vice-presidente Cláudia Costa, o Castelo de Noudar está encerrado ao público desde o dia 2 de Novembro e até, «provisionalmente, 15 de Dezembro». Nessa data, acrescenta a autarca no edital publicado no Facebook da autarquia, «serão reavaliadas as questões de segurança que possam, ou não, permitir a reabertura ao público».

A Câmara de Barrancos, neste período de encerramento, poderá «autorizar visitas, a título excecional, para efeitos de estudos ou investigação, mediante apresentação de pedido escrito fundamentando a necessidade da visita/entrada ao Castelo de Noudar e a sua duração». Tais visitas excecionais serão, porém, «sempre acompanhdas por um técnico do município».

Esta Fase 1 das obras, que deverão prolongar-se por um ano e meio, vai implicar um investimento de 490.532,50 euros, financiado em 85% por fundos comunitários, ficando os restantes 15% a cargo do município.

 



Castelo de Noudar tem mais de 700 anos – 
Entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila que correm de Este para Oeste, situa-se o Castelo de Noudar, acabado de construir em 1307 no reinado de D. Dinis.
O local foi escolhido pela sua defesa natural, o fácil acesso e aproveitamento de uma nascente de água de excelente qualidade, a Fonte da Figueira, localizada a cerca de 250 metros a Este do castelo, sob o cerro denominado da Forca.
Na proximidade do Castelo, existem terras boas para a agricultura e extensos montados para o pastoreio do gado.A fortaleza medieval foi importante na defesa da fronteira com Castela nos princípios do século XIV.Definida a fronteira com Castela, Noudar recebe foral em 1295 e D. Dinis procura povoar o território. Esta necessidade justificou a criação do primeiro “Couto de Homiziados”, isto é, um local onde pessoas perseguidas pela justiça podiam viver em paz desde que daqui não saíssem.

A partir do séc. XV começam a instalar-se, fora da vila de Noudar, alguns aglomerados de cariz familiar em pequenos montes com exploração agrícola e pecuária.

Ao longo da Idade Média, Barrancos evolui e o número de moradores da aldeia ultrapassa, muito rapidamente, o da vila de Noudar. Em torno de Barrancos concentra-se a maioria dos novos povoadores do termo de Noudar.

A importante concentração origina em 1493 uma inquirição da coroa portuguesa sobre a aldeia de Barrancos que Castela pretendia ser sua, sendo na realidade de Portugal. Barrancos desenvolve-se a partir do século XIV, sendo coincidente o decréscimo das populações de Noudar com o seu crescimento, a partir do século XVI.

Em 1774 Barrancos partilha com Noudar a sede de concelho mas, em 1836, o concelho de Noudar deixa de existir.

O Castelo de Noudar foi classificado como Monumento Nacional em 1910.

 

 



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