Paulo Arsénio: Gestão da Câmara de Beja será extremamente rigorosa

O socialista Paulo Arsénio apelou “ao sentido de responsabilidade” da oposição

Intervenção de Paulo Arsénio, presidente da Câmara de Beja

“Nos próximos quatro anos, a gestão da Câmara Municipal de Beja terá que ser extremamente rigorosa e sem grandes aventuras”, disse o socialista Paulo Arsénio, que tomou posse esta segunda-feira, 18 de Outubro, para o seu segundo mandato como presidente daquela autarquia. 

Na cerimónia de instalação dos novos órgãos autárquicos, que teve lugar esta segunda-feira, dia 18 de outubro, no Teatro Pax Julia, o autarca deixou “uma palavra amiga” aos vereadores eleitos, para salientar depois que, desde 2001, não era reeleito um presidente da Câmara de Beja e antecipar que “neste mandato que se inicia, as responsabilidades aumentam”.

Apesar da reeleição do presidente Paulo Arsénio, o PS perdeu a maioria absoluta que teve no último mandato, pelo que o executivo municipal tem um novo “desenho”. É constituído por Paulo Arsénio, Rui Marreiros e Marisa Saturnino, eleitos pelo PS, Vítor Picado, Fátima Estanque e Rui Eugénio, eleitos pela CDU, e Nuno Palma Ferro, eleito pela coligação «Beja Consegue», liderada pelo PSD.

“Neste mandato, fruto do resultado da votação, as responsabilidades aumentam grandemente, desde logo para nós, num quadro de vereação diferente do anterior, mas aumentam, também, para todos os restantes partidos políticos representados na Câmara Municipal e na nova Assembleia Municipal”, disse.

O presidente da autarquia bejense apelou ao “sentido de responsabilidade” da oposição, solicitando “que sejam dadas ao executivo em permanência da força maioritariamente votada, as mesmas condições que foram dadas aos executivos liderados” pelos comunistas José Carreira Marques (2001-2005) e por Francisco Santos (2005-2009), recordando que “entropias artificiais” prejudicam o concelho.

As “entropias artificiais não favorecem ninguém e provocam, apenas, o desgaste inútil e o adiamento de soluções para a vida dos munícipes e ninguém, no atual contexto, naturalmente quer provocar essa situação”, fundamentou.

Esses executivos “nunca viram a sua ação amputada” por parte das oposições da altura, com quadros políticos idênticos ao que começou, esta segunda-feira, visto que a Câmara, liderada pelos socialistas, integra três eleitos do PS, três da CDU e um da coligação de direita.

“Se essas condições não forem reunidas, enfrentaremos, certamente, todos grandes dificuldades ao longo dos próximos quatro anos, até em termos da mais simples gestão corrente do município”, constatou.

“De cada um dependerá, e muito, o caminho” a trilhar no concelho, ressaltando estar certo de “que todos estão à altura das responsabilidades”.

 

 

Na sua intervenção, o reeleito autarca socialista fez referência à regionalização, defendendo a criação da região do Baixo Alentejo. Enquanto esta não avança, entendeu como vantajoso o regresso da figura do Governador Civil, como elo de ligação entre os agentes locais e o Governo.

No final da sua intervenção, referiu que “estaremos particularmente atentos aos desenvolvimentos de adjudicação do novo Palácio da Justiça de Beja, bem como à evolução da programada reabilitação do IP8, com variante de via dupla a Beringel, cujo projeto de execução foi adjudicado no dia 19 de Maio”.

Assegurou ainda que o seu executivo estará “atento à questão do projeto da eletrificação da linha ferroviária entre Beja e Casa Branca, cujo concurso deve estar em fase avançada, uma vez que já se encontrava em fase de audiência de interessados”.

 

 

Apesar de os eleitos do PS não terem maioria na Assembleia Municipal (AM) – tendo 16 dos 33 membros – para a eleição da mesa, houve entendimento e a lista proposta pelo PS foi aprovada, por unanimidade.

 

 

Nesse sentido, Conceição Casanova foi empossada presidente da Assembleia Municipal, António Barahona, da CDU, foi eleito 1º secretário, e Manuel Covas Lima, da coligação “Beja Consegue”, liderada pelo PSD, 2º secretário.

Conceição Casanova salientou o facto de ser “uma mesa tripartida”, o que, na sua opinião, “demonstra a maturidade da democracia”.

Além disso, assegurou “um compromisso de uma franca e leal cooperação, quer entre os membros da Assembleia Municipal, quer com o executivo, agora, empossado”.

 

 

O Sul Informação ouviu ainda, no final da cerimónia, Vítor Picado, cabeça de lista da CDU nas Eleições Autárquicas e que tomou posse como vereador sem pelouro.

Tomada de Posse Posse de Vítor Picado, eleito da CDU na Câmara Municipal de Beja
Tomada de Posse Posse de Vítor Picado, eleito da CDU na Câmara Municipal de Beja

Descartando a possibilidade de acordo prévio com o Partido Socialista, o comunista mostrou disponibilidade por parte dos eleitos do seu partido em viabilizar “tudo o que vier pela positiva”.

Para isso, o atual executivo necessita fazer “algo que pouquíssimas vezes aconteceu no anterior mandato”, aludindo à “partilha e troca de informação”. Além disso, Vítor Picado assegurou que irá apresentar propostas nas reuniões de Vâmara.

Já o vereador Nuno Palma Ferro, da coligação “Consigo, Beja Consegue”, afiançou ao Sul Informação que, da sua parte, poderá haver “uma ação de viabilização de documentos, tanto de um lado como do outro, desde que sejam benéficos para o concelho”.

 

 

A Sessão Solene da Tomada de Posse e Instalação dos eleitos à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal de Beja contou, ainda, com um momento musical protagonizado pela fadista bejense Mafalda Vasques.

 

 

 

Tomada de Posse dos Órgãos Autárquicos do concelho de Beja

CÂMARA MUNICIPAL

Paulo Jorge Lúcio Arsénio (PS)
Vítor Manuel Gomes Baia Santos Picado (CDU)
Rui Inácio Marreiros (PS)
Nuno Fernando Montes Palma Ferro (Beja Consegue)
Maria de Fátima Jacinto do Estanque (CDU)
Ana Marisa de Sousa Martins Saturnino (PS)
Rui Manuel dos Santos Eugénio (CDU)

ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Maria da Conceição Guerreiro Casa Nova (PS)
Bernardo Mendes Loff Barreto (CDU)
José Jorge Lampreia Branco de Anes (PS)
José Manuel Pinela Coelho Fernandes (Beja Consegue)
Susana Helena Bastos Correia da Fonseca (CDU)
Ana Cristina Ribeiro Horta (PS)
Miguel Machado Quaresma (CDU)
Vítor Hugo Meireles Camões do Rego (PS)
Bernardo Maria Parreira Cabral Cruz Nascimento (Beja Consegue)
Maria da Fé Baptista Carvalho (CDU)
Patrícia Margarida de Carvalho dos Santos Duarte Loução Patriarca (PS)
Afonso Henriques Rabaçal (CDU)
António Eusébio Penalva Loução (PS)
Maria Madalena Guedes Gorjão Freitas Palma (Beja Consegue)
Manuel Fernando Neves de Oliveira (CDU)
Laura Carla da Silva Fernandes Rodrigues (PS)
Manuel Joaquim Góis Custódio (PS)
Susana Margarida Barrocas Feio Sobral Ramalho (CDU)
Manuel de Sousa Teles Covas Lima (Beja Consegue)
Áurea de Jesus Lucas Dâmaso (PS)
António José Curre Baraona (CDU)

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA
(membros por inerência da Assembleia Municipal)
Baleizão: Maria João Palma Brissos (CDU)
Beringel: Vítor Manuel Ramires Morais Besugo (PS)
Cabeça Gorda: Maria Lucília Pereira Simão Rosa (CDU)
Nossa Senhora das Neves: António Francisco Cascalheira Pardal (CDU)
Santa Clara do Louredo: Luís Miguel da Silva Gaspar (CDU)
São Matias: António Manuel Góis Grade (PS)
União das Freguesias de Albernoa e Trindade: Carlos Manuel Castilho Casimiro (PS)
União das Freguesias de Beja (Salvador e Santa Maria da Feira): António Mestre da Silva Ramos (PS)
União das Freguesias de Beja (Santiago Maior e São João Baptista): Miguel Domingos Condeça Ramalho (CDU)
União das Freguesias de Salvada e Quintos: Nelson Gatinho da Cruz (PS)
União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja: Sérgio José Rebolo Bravo (PS)
União de Freguesias de Trigaches e São Brissos: Eduardo Luís Casaca Pelado (PS)

 



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