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Sul Informação - Garantir o futuro, gota a gota

Garantir o futuro, gota a gota

Os últimos dados divulgados quer pelo Instituto Português do Mar e Atmosfera, quer pela Agência Portuguesa do Ambiente, mostram que “o valor médio da quantidade de precipitação em agosto, 3.8 mm, foi….o 5º valor mais baixo desde 2000”.

No final de agosto, houve um aumento da área em seca meteorológica, estendendo-se às regiões do interior Norte e Centro, assim como um aumento da intensidade com a classe de seca moderada a abranger agora quase toda a região Sul e alguns locais dos distritos de Setúbal, Lisboa e Bragança. O sotavento Algarvio continua na classe de seca severa. De salientar a região interior Norte (Trás-os-Montes e vale do Douro), a região litoral Centro, Lisboa e Vale do Tejo, o Baixo Alentejo e o Algarve com valores de percentagem de água no solo inferiores a 20%, sendo mesmo em muitos locais iguais ao ponto de emurchecimento permanente.

A água é um bem cada vez mais escasso e o Algarve é uma das regiões que mais precisa de poupar água.

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A média anual da precipitação, apesar de poder ser constante, concentra-se cada vez em menos dias do ano.

Por outro lado, o consumo das águas subterrâneas aumentou, tanto pelas necessidades dos sistemas agrícolas da produção intensiva, quer pela necessidade de rega de relvados extensos no turismo de luxo.

Está na altura de repensar o consumo deste recurso precioso e vital para a vida na terra.

Existem várias soluções para poupar água.

 

Soluções em meio agrícola:

Uma das soluções está na própria natureza – as árvores e todas as plantas são os sistemas mais eficazes de armazenar água no solo. A copa, além de criar sombra para que o solo não aqueça, evita que as gotas de chuva caiam com muita força e isso impede a erosão e permite uma melhor absorção.

Por outro lado, as raízes criam fissuras profundas, pelas quais a água se infiltra. Igualmente, algumas árvores/plantas conseguem armazenar água no seu interior.

Além disso, a cobertura vegetal que a queda das folhas produz, ou o crescimento de vegetação autóctone, protegem o solo do aquecimento por efeito da insolação cada vez mais agreste e impedem que a água contida nesse solo se evapore.

Também existem técnicas mecânicas para evitar a erosão e ajudar a água a infiltrar-se no solo, nomeadamente: criação de valas, deposição de “entulho” vegetal em curva de nível, e/ou lavrar com um arado Yeomans também chamado arado Keyline, um arado com pontas triangulares horizontais próprias para que a água se espalhe no subsolo seguindo as curvas de nível.

 

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Sistema de casa de banho seca para casas e apartamentos

 

Soluções em meio citadino:

Na cidade, é onde existe maior de consumo de água canalizada, e essa água, infelizmente, vai diretamente para uma outra massa de água, o mar.

A água consumida nas cidades é tratada, mas apenas 10% é usada para preparar refeições ou para beber. A restante é gasta em regas de jardins, ou jogada fora pela sanita, ou utilizada em lavagens, ou na higiene e, posteriormente, segue para o mar. É um gasto desnecessário de energia e água. Por isso, cada vez é mais necessário poupar o seu consumo nos meios urbanos.

Uma das maneiras de poupar é colocar um alguidar debaixo de cada torneira e usar a água das lavagens, na sanita, ou na rega das plantas (das varanda, ou dos interiores), se os detergentes usados nessas lavagens forem biodegradáveis.

Pode-se também utilizar uma garrafa de 1.5l dentro do autoclismo da sanita.

Os sistemas de casa de banho seca para prédios inteiros também são outra possibilidade. Ou sistemas “ecológicos”, sistemas mais complexos de reutilização das águas dos esgotos, principalmente na rega de jardins citadinos e em outros fins, como por exemplo, serem usadas na agricultura.

A escolha é de cada um, apostar em sistemas pequenos de poupança ou, coletivamente, investir em sistemas que poupam a água. O dever de cada um de nós é investigar, escolher o melhor sistema e métodos para otimizar a poupança de água e atuar.

Todas as ações que visem reduzir o consumo de água a nível individual, ou obter soluções coletivas que contribuam para poupar mais água e garantir o futuro das novas gerações, são importantes.

A solução que poupa cada gota de água, que ajuda a atrasar um deserto cada vez mais perto, seja uma escolha individual ou coletiva, é por isso bem-vinda.

 

Autor: Bruno Silva é membro da Glocal Faro

 

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