Migrantes e comunidade cigana do distrito de Beja vão ter um Centro de Apoio à Integração

Beja passa a incorporar uma rede de apoio que nasceu em 2004

A Câmara de Beja assinou, na tarde desta sexta-feira, dia 9 de Julho, um protocolo de cooperação com o Alto Comissariado para as Migrações para a instalação do novo Centro Nacional de Apoio a Integração de Migrantes de Beja.

Na cerimónia de assinatura do protocolo, esteve presente Paulo Arsénio, presidente da autarquia de Beja, Cláudia Pereira, secretária de Estado para a Integração e as Migrações, e Sónia Pereira, presidente do Conselho Diretivo do Alto Comissariado para as Migrações.

A Rede Nacional de Apoio à Integração de Migrantes tem, atualmente, três centros nacionais localizados em Lisboa, Porto e Faro, sendo que Beja acolherá a primeira extensão de um deles, neste caso, o da capital algarvia.

Na capital de distrito baixo-alentejana, o centro será constituído por uma equipa de seis técnicos, que irá trabalhar diretamente com a população de etnia cigana e com a comunidade migrante do território.

Estes centros pretendem agilizar a integração, dando apoio a quem tem dificuldades na língua portuguesa e agregando, num só espaço, os principais serviços da Administração Pública, tais como a Segurança Social ou o SEF, ao mesmo tempo que disponibilizará um tradutor.

Na sua intervenção, para um auditório composto por representantes de várias associações e entidades públicas, a secretária de Estado Cláudia Pereira frisou que este serviço será muito importante para a integração, bem como para contribuir para a redução das desigualdades.

Além de ter apresentado um enquadramento de políticas promovidas pelo Governo, no âmbito da integração das comunidades migrantes, a governante admitiu que, neste campo, “há ainda muito por fazer no distrito de Beja”.

Contudo, disse, “também muito já foi feito”, aludindo ao trabalho de cooperação desenvolvido não só pela autarquia, como pelas associações e entidades ligadas à promoção da igualdade de oportunidades, tanto na população imigrante, como na comunidade cigana.

A secretária de Estado frisou que “a grande mensagem” que pretendeu transmitir, nesta sessão, que decorreu na Câmara de Beja, foi que estas comunidades estarão sempre incluídas na visão estratégica e nas medidas do Governo.

A governante esclareceu que a integração é feita através de dois mecanismos: em primeiro lugar, fazendo chegar a informação, e, em segundo, removendo os obstáculos.

Apesar das ações promovidas pelo Alto Comissariado para as Migrações, pelas associações e pelas entidades públicas, “sabemos que, muitas vezes, as informações não chegam às populações”, afirmou Cláudia Pereira, acrescentando que “é preciso continuar a trabalhar”, uma vez que, “quando não há nova informação, não há oportunidades, nem escolhas”.

Quanto à remoção de obstáculos, no sentido da promoção da integração da população imigrante, a governante deu o exemplo da medida implementada pelo poder central, relacionada com a criação do “número de Segurança Social na hora”.

Por seu lado, Paulo Arsénio, presidente do município bejense, defendeu que, “para que a integração se consolide, para que algumas situações de indignidade” que existem na região “sejam ultrapassadas”, é fundamental o trabalho em parceria.

 

O facto de o distrito de Beja passar a contar com este centro, que tem ao dispor seis profissionais especializados, é para o autarca “marcante”.

No final da sessão, Madalena Palma, diretora-geral da Estar, associação sediada em Beja há cerca de dois anos e que tem feito um trabalho meritório, não só, mas também, em prol das comunidades migrantes, disse ao Sul Informação que este novo centro vem centralizar serviços que, atualmente, estão muito dispersos, além de ser “mais um braço de trabalho”.

O novo Centro Nacional de Apoio a Integração de Migrantes de Beja vai funcionar na Rua Luís de Camões, nº 11 e 13, em Beja.

Fotos: Ana Teresa Alves | Sul Informação

 

 



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