Associação de Beneficiários do Mira nomeada para “Prémio Guarda-Rios de Luto” por «más práticas»

Prémios vão galardoar as entidades mais e menos amigas dos rios portugueses

Guarda-rios – Foto: Andrew Mckie | GEOTA

A Associação de Beneficiários do Mira está nomeada para o prémio Guarda-Rios de Luto (más práticas), numa iniciativa do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), que visa alertar para aquelas que têm sido as práticas positivas e negativas nos rios portugueses.

A Associação de Beneficiários do Mira é apontada, segundo o GEOTA, «como responsável pela redução do caudal da água emitido pela Barragem de Santa Clara, que resultou numa descida drástica do nível das águas, causando graves problemas de fornecimento de água para a rega de pequenos agricultores em Aljezur e Odemira».

Estes prémios Guarda-Rios, que vão galardoar as entidades mais e menos amigas dos rios portugueses. resultam de escolha do público, já estando abertas as votações.

Segundo o GEOTA, «o prémio Guarda-Rios boas-práticas premeia comportamentos e ações que promovam a sustentabilidade dos ecossistemas ribeirinhos, assim como, o envolvimento das comunidades na preservação dos rios portugueses».

Já o prémio Guarda-Rios de luto, que assinala as más práticas, «identifica as entidades que devem melhorar o seu papel na promoção de um país mais sustentável e de rios mais limpos».

Foram nomeadas 112 pessoas e entidades pelo público e o GEOTA selecionou dez: cinco para a categoria de boas-práticas e outras cinco para a categoria de más-práticas. Os nomeados serão agora alvo de uma votação do público que selecionará o grande vencedor de ambas as categorias.

Entre os cinco nomeados ao prémio Guarda-Rios boas práticas, está a Câmara Municipal de Loures com o projeto SEEH20 “um novo olhar sobre o uso da água”, que apresenta uma visão estratégica na gestão do recurso da água.

Os outros nomeados, são a EcoSalix, uma empresa composta por uma equipa multidisciplinar que aposta na concretização projetos de engenharia natural, o Movimento Viver o Ave, cuja missão é proteger e preservar a bacia hidrográfica do Rio Ave, o Projeto Lousada Guarda Rios que tem como objetivos a conservação e monitorização do estado ecológico dos espaços fluviais do concelho de Lousada e o Projeto Peixe Nativos, que tem como principal objetivo monitorizar espécies ameaçadas de peixes de água doce.

Já para o prémio Guarda-Rios de Luto (más práticas), além da Associação de Beneficiários do Mira, está também nomeada a Agência Portuguesa do Ambiente, por desempenhar um papel insuficiente naquelas que deveriam ser as suas responsabilidades de fiscalização e salvaguarda dos recursos hídricos.

Estão ainda nomeadas, a Câmara Municipal de Coimbra, que tem sido alvo de contestação devido às ações de desmatamento realizadas na área entre o Rebolim e a ponte da Portela, a Fabrioleo que tem sido alvo, ao longo dos anos, de diversas polémicas devido a processos de contraordenação ambiental por descargas ilegais de poluentes para a ribeira da Boa Água e, por fim, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, que tem sido responsável por um conjunto de más decisões, prejudicando de forma transversal o ambiente, como a aprovação da construção de grandes barragens hidroelétricas.

No dia 23 de Agosto serão anunciados os vencedores. O GEOTA vai atribuir o prémio ao primeiro classificado de cada categoria durante a Gala Guarda-Rios, a realizar-se no Dia Nacional da Água a 1 de Outubro, assim como, uma Menção Honrosa para o segundo lugar. As votações, para ambas as categorias, já estão abertas e podem ser feitas através deste link.

 

 



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