Terras sem Sombra estende tapete de cultura em Arraiolos

Esta será «uma oportunidade para conhecer um pouco mais do rico património daquele concelho do Alentejo central – além da reconhecida arte tapeteira – e para assistir a um concerto de grande música»

O Festival Terras sem Sombra ruma este fim de semana, 3 e 4 de Julho, a Arraiolos para um concerto do agrupamento belga Quatour Alfama e uma ação de salvaguarda da biodiversidade em torno dos desafios para sustentar a agricultura no século XXI.

Esta será «uma oportunidade para conhecer um pouco mais do rico património daquele concelho do Alentejo central – além da reconhecida arte tapeteira – e para assistir a um concerto de grande música, por um agrupamento de referência internacional, vindo da Bélgica, o país convidado desta 17.ª edição do Terras sem Sombra», diz este festival.

O Quarteto Alfama apresenta-se no Cineteatro da vila (3 de Julho, às 21h30) com o concerto “Voos sobre o Abismo: Haydn e Schubert”.

Serão interpretados o Quatuor em sol maior, op. 77, n.º 1, Hob.III.81 de Haydn e o Quatuor n.º 14 em ré menor “Der Tod und das Mädchen” [“A Donzela e a Morte”] de Schubert.

Considerado um dos mais relevantes agrupamentos de câmara no panorama musical belga, é atualmente formado por Witse Beels (primeiro violino), Caroline Denys (segundo violino), Morgan Huet (viola de arco) e Renaat Ackaert (violoncelo).

O Quarteto, fundado em Bruxelas, em 2005, possui um amplo currículo «no âmbito da exploração e do aprofundamento de distintos repertórios, que se estendem do universo da música clássica às vanguardas contemporâneas».

No que respeita à atividade de património, o encontro está marcado para sábado à tarde (3 de Julho, 15h00) na Igreja da Misericórdia, o monumento em destaque nesta ação de sensibilização e salvaguarda da herança material alentejana. Os participantes são convidados a descobrir – sob a orientação de Rui Lobo (historiador) e José António Falcão (historiador de arte) – as minúcias e peculiaridades desta igreja de traça maneirista e decoração essencialmente barroca.

Na manhã de domingo (4 de Julho, 9h00), a proposta é uma visita à Herdade das Oliveiras, no termo da vila, guiados por José Mira Potes.

«Pertença da Família Mira desde 1837, a propriedade, com cerca de 500 hectares, é um exemplo de práticas agrícolas adaptadas às especificidades do ambiente. Com recurso aos Sistemas de Agricultura Mediterrânica, o desafio é a recuperação dos solos e aumento de armazenamento de água como estratégia para a viabilidade económica e ambiental», diz o Terras sem Sombra.

Sob o mote “Através do Incêndio: Contingências, Expectativas e Superações na Música Ocidental (Séculos XVI-XXI)”, o Terras sem Sombra prosseguirá a 17 e 18 de Julho, em Santiago do Cacém, com um concerto da soprano Carla Caramujo, acompanhada ao piano por João Paulo Santo.

No seguimento da temporada, o Festival tem programadas ainda atividades em Castelo de Vide (31 de Julho e 1 de Agosto), Beja (7 e 8 de Agosto), Sines (21 e 22 de Agosto), Ferreira do Alentejo (4 e 5 de Setembro), Viana do Alentejo (11 e 12 de Setembro) e Odemira (18 e 19 de Setembro).

Parceiro das Pousadas de Portugal o Festival Terras sem Sombra é uma temporada cultural que, em itinerância por diversos concelhos do Alentejo, propõe um programa que abarca a música erudita, o património e a salvaguarda da biodiversidade.

Todas as atividades acontecem aos fins de semana e são de entrada livre e gratuita, sujeitas às regras sanitárias em vigor decorrentes da atual situação pandémica.

Promovido pela Associação Pedra Angular – entidade cultural e científica, sem fins lucrativos, fundada em 1996 –, o Festival é uma iniciativa da sociedade civil que visa dar a conhecer a um público alargado um território, o Alentejo, que sobressai pelos valores ambientais, culturais e paisagísticos e apresenta um dos melhores índices de preservação da Europa. A valorização dos recursos patrimoniais e a sensibilização das comunidades locais para a sua salvaguarda e valorização são, assim, as grandes prioridades do Festival, que é uma estrutura financiada pela Direcção-Geral das Artes.

O Festival Terras sem Sombra é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes.

 



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