Parte do Algarve e Baixo Alentejo já está em situação de seca severa

Seca agrava-se em todo o Sul do país, depois de Maio ter sido mês quente e muito seco

Alguns locais do Algarve e do Baixo Alentejo estão já em seca severa, depois de Maio ter sido um mês quente e muito seco, anunciou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo o seu boletim climatológico, a generalidade das regiões mais sulinas de Portugal está na classe de seca moderada, mas toda a faixa mais litoral do Sotavento, bem como a zona à volta do estuário do Arade, abarcando sobretudo os concelhos de Portimão, Silves e Lagoa, estão em seca severa. Este é o segundo escalão mais grave do sistema de classificação das secas.

O que os dados meteorológicos mostram, a nível global e europeu, é uma situação de extremos. Assim, de acordo com o IPMA, em Maio de 2021 o valor médio da temperatura média no Globo foi 0.26°C superior ao valor médio de 1991-2020 e inferior em 0.46°C na Europa.

No mês passado, a maior parte da Europa teve temperaturas inferiores à média. Na Alemanha, foi o Maio mais frio desde 2010, enquanto no Reino Unido se verificaram temperaturas máximas muito baixas.

Por outro lado, ocorreram temperaturas acima do valor médio na região leste do continente, no sul de Espanha, Grécia, Turquia e oeste da Noruega. Por exemplo, na Rússia, as temperaturas ultrapassaram 30°C na zona norte do Círculo Polar Ártico.

Em relação à precipitação, o mês foi mais húmido do que a média, na maior parte da Europa central e do norte, e mais seco do que a média, no restante continente.

Em Portugal continental, Maio classificou-se como quente e muito seco em relação à precipitação.

No que diz respeito à temperatura do ar, o valor médio da temperatura média, 16.20°C, foi +0.47°C em relação ao valor normal 1971-2000.

O valor médio de temperatura mínima do ar, 9.75°C, foi o terceiro mais baixo desde 1931, com uma anomalia de -0.74°C, enquanto o valor médio de temperatura máxima do ar, 22.64°C, foi superior ao valor normal (+1.68°C).

O valor médio da quantidade de precipitação em Maio, 32.8 mm, foi inferior ao valor normal 1971-2000 correspondendo a 46%. No entanto, no dia 31 de Maio, na região nordeste do território registou a ocorrência de aguaceiros fortes, queda de granizo e trovoada.

Segundo o boletim do IPMA, em Maio, os valores da quantidade de precipitação acumulada variaram entre 303 mm em Vila Real de Santo António e 1977 mm em Lamas de Mouro; e os valores da percentagem de precipitação variaram entre 67 % em VRSA e 131 % em Mirandela.

Em termos de distribuição espacial, os valores de precipitação foram inferiores ao normal em quase todo território e em particular nas regiões do interior Norte e Centro, Lisboa e Vale do Tejo e em toda a região Sul, com valores inferiores a 50% em relação ao valor médio.

Em consequência da falta de chuva e da temperatura mais alta, no final de Maio verificava-se um aumento da área em seca meteorológica, assim como da sua intensidade na região Sul.

Assim, a 30 de Abril, apenas 11,9% do território de Portugal Continental estava em situação de seca fraca, valor que, um mês depois, a 31 de Maio, subiu para 26,4%. O mesmo aconteceu com o território em seca moderada, que duplicou de 7,6% para 14,6%. Por outro lado, em finais de Abril não havia nenhuma parte do território em seca severa, mas em 31 de Maio essa situação já afetava 1,5%.

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