Museu de Arqueologia de Alvalade é um espaço de “Memórias da terra, das águas e dos povos”

Investimento de 1,3 milhões de euros na criação do Museu e na requalificação urbana da zona envolvente

A antiga Igreja da Misericórdia, localizada na Praça D. Manuel I, é agora o Museu de Arqueologia de Alvalade, que, sob o mote “Memórias da terra, das águas e dos povos”, pretende mostrar a riqueza histórica desta freguesia do concelho de Santiago do Cacém, através de uma exposição permanente.

“Este é o primeiro dia de uma nova era em Alvalade. Uma nova era que irá potenciar oportunidades e que consolida Alvalade num rumo de desenvolvimento e progresso”, disse Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cecém, na inauguração do novo polo museológico, no dia 10 de Junho.

O autarca sublinhou a importância deste momento e do espaço de “caráter diferenciador e inovador em termos tecnológicos, que vai contribuir para a preservação da memória coletiva deste território e para a divulgação deste património material e imaterial. Traduzindo-se num fator de desenvolvimento local para a valorização turística, pedagógico e científica do património cultural, histórico, arqueólogo, etnográfico e cultural”.

O Polo Museológico de Arqueologia de Alvalade vem reforçar a Rota dos Museus do município, que é constituída, até ao presente, por cinco unidades – Museu Municipal de Santiago do Cacém, Moinho da Quintinha, Centro Interpretativo de Miróbriga, Museu do Trabalho Rural de Abela e o Museu da Farinha de São Domingos.

O Museu de Arqueologia de Alvalade, cuja abrangência territorial corresponde ao antigo concelho de Alvalade, ou seja, às atuais freguesias de Alvalade e de Ermidas-Sado, no concelho de Santiago do Cacém, “materializa uma aspiração antiga da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, da Junta de Freguesia de Alvalade, de instituições locais e da comunidade alvaladense, cuja envolvência foi decisiva na concretização de tão ambicionado projeto”, salienta aquela autarquia.

Este espaço museológico constitui “mais um passo importante na salvaguarda dos ancestrais valores patrimoniais que nos foram legados pelos nossos antepassados, materializados nos vestígios arqueológicos dispersos pelo território, ou recolhidos pela população local, geração após geração”, acrescenta.

O presidente da Câmara Municipal deixou “um agradecimento” a todos os que, de alguma forma, contribuíram para a concretização do projeto, à Junta de Freguesia de Alvalade, à Casa do Povo, Agrupamento de Escolas Professor Arménio Lança. “Um agradecimento especial” à Direção Geral de Cultura pela disponibilidade da arqueóloga Manuela de Deus, e ao pintor museólogo António Viana pelo “imprescindível apoio” na montagem da exposição, bem como ao Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal “pela cedência de peças e apoio prestado”.

 

De entre muitos colaboradores científicos que contribuíram para a instalação do Museu de Arqueologia de Alvalade, destaca-se o trabalho de ilustração de Fernando Correia, docente do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA) e diretor do Laboratório de Ilustração Científica, que foi um dos galardoados com uma Menção Honrosa, na categoria de ilustração digital, no âmbito das 33ª Jornadas Argentinas de Paleontologia de Vertebrados. O docente da UA concorreu precisamente com a ilustração paleontológica intitulada “A vida no Messiniano português de Alvalade”, patente neste Museu.

Uma das novidades para quem visita este espaço é a incorporação da realidade aumentada, à qual o visitante pode ter acesso através da app Museu de Arqueologia de Alvalade, que o conduz a visualizações do mundo real vividas há milhares de anos no território de Alvalade.

Ana Paula Amendoeira, diretora regional de Cultura do Alentejo, em representação da Ministra da Cultura, sublinhou o trabalho “extraordinário da Câmara Municipal,” e “o nível de qualidade reconhecido por todos” deste Museu. Destacou também a participação da entidade no projeto “tão importante para a identidade da Freguesia e da Região.”

Por seu lado, Ricardo Cruz, presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, salientou que o Museu de Arqueologia era “ansiado por todos os alvaladenses” e que será “uma mais-valia para a freguesia que irá marcar a sua história.” Agradeceu à Câmara Municipal o “esforço e dedicação”, assim como, “a todos os alvaladenses que colaboraram”, afirmando que “o Museu está magnífico e devemos estar todos orgulhosos”.

 

Inauguração das obras de requalificação da Praça D, Manuel I

O dia ficou também marcado pela inauguração das obras de Requalificação do Espaço Público da Praça D. Manuel I e Zonas Envolventes, uma intervenção que “veio valorizar Alvalade, não só pela criação de melhores condições para todos os que cá vivem, em termos de mobilidade, mas também é um fator de atração de pessoas do ponto de vista turístico, enquadrando-se na estratégia que a Câmara Municipal delineou para o concelho”, referiu Álvaro Beijinha.

Os dois investimentos que a Câmara Municipal realizou, “cujo valor ronda um milhão e trezentos mil euros, reúnem património, cultura e urbanismo. Um cartão de visita da vila e o palco perfeito para receber os milhares de visitantes do Alvalade Medieval”.

O Museu de Arqueologia de Alvalade foi cofinanciado por fundos europeus (FEDER) através do Programa Operacional Regional do Alentejo – Alentejo 2020. Este financiamento insere-se no Eixo Ambiente e Sustentabilidade, no domínio da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos e nas operações do tipo Património Natural e Cultural.

A operação “Requalificação do Espaço Público da Praça D. Manuel I e Zonas Envolventes foi cofinanciado por fundos europeus no âmbito do programa operacional Alentejo 2020 / Portugal 2020, com fundos FEDER / União Europeia.

 

 

 

 

 
 



Comentários

pub