O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou hoje a importância «de as pessoas terem a noção do momento de transição» na pandemia em Portugal, destacando as vacinas como resposta.
A campanha de vacinação justifica o «momento de transição» que se vive em Portugal e no resto do mundo, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que a «prioridade à vacinação é um ponto consensual».
Com uma consideração sobre o desconfinamento nos Estados Unidos, nomeadamente em Nova Iorque, onde assistiu à tomada de posse de António Guterres como secretário-geral da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que «o avanço da vacinação significa o recuo da pandemia».
Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro chefe de Estado a discursar presencialmente nas Nações Unidas desde o início da pandemia, já que a Assembleia Geral assumiu o teletrabalho e as videoconferências como forma de trabalho.
Depois da intervenção na Assembleia Geral, onde destacou o trabalho de António Guterres, o chefe de Estado declarou aos jornalistas portugueses notar «a aposta na vacinação» em Nova Iorque e pediu para Portugal a mesma «serenidade e bom senso» durante o desconfinamento.
Ainda assim, o Presidente admitiu que o «compasso de espera» durante o Verão «pode parecer difícil».
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o esforço do Presidente norte-americano, Joe Biden, na campanha de vacinação e acrescentou que «Portugal está a fazer o que pode».
«Os Estados da América estão a viver uma fase de efeito dessa vacinação massiva e de saída da pandemia», declarou o chefe de Estado, embora acrescentando que a situação ainda «não tem nada a ver com o que era Nova Iorque em circunstâncias normais».
O Presidente considerou que «os dados são positivos, sendo que a vacinação está a avançar a bom ritmo», com quase três milhões de portugueses com a inoculação completa e quase o dobro com uma dose da vacina, o que «dá uma cobertura muito significativa».
Para o antigo professor é também positivo «não haver repercussão do nível de casos» e acrescentar um «número muito pequeno de mortos» diariamente.
O certificado digital Covid da União Europeia representou, para Marcelo Rebelo de Sousa, a «unidade» da Europa e uma «grande conquista da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, entre outras».
O Presidente minimizou o facto de os Estados Unidos continuarem com o seu travel ban ao espaço europeu Schengen, o que significa que cidadãos vindos de vários países membros da União Europeia não podem entrar nos Estados Unidos por motivos não essenciais.
Na terça-feira, o governo dos Estados Unidos atualizou recomendações de viagem, atribuindo a Portugal a categoria de risco 3, de “alto nível”, aconselhando os cidadãos a “reconsiderar a viagem”.
As viagens não-essenciais dos Estados Unidos para Portugal, como de turismo, são permitidas, mas com obrigatoriedade de fornecer um teste à Covid-19 negativo feito até 72 horas antes ou prova de recuperação da doença de 90 dias.
Para além do nível de contaminações, a administração norte-americana indica que Portugal declarou um estado de calamidade e que há restrições que afetam os viajantes no país.