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O livro “Nossa terra nosso povo – A voz da comunidade na expressão poética de inspiração tradicional”, de Joaquim Miquelino Gomes, acaba de ser lançado pela Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade (APEOralidade). 

A obra nasce da investigação do professor José Ruivinho Brazão, que também coordena e apresenta o estudo, e surge com o objetivo de divulgar, promover e reconhecer os poetas populares, bem como o de preservar a identidade estético-linguística e histórico-cultural de um povo.

O professor encontrou o poeta, já na reta final da sua vida, em Boliqueime (1979), e enceta com este um persistente diálogo de onde nasce este livro. «Ruivinho Brazão foi conduzido, e por que não dizer, seduzido, pela simplicidade e lucidez do trabalho literário, de forte cunho interventivo, deste homem simples», diz a APEOralidade.

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Surge, assim, uma obra que se divide em seis capítulos (o primeiro releva o Parragil, terra natal da esposa do poeta, «com poemas que tocam a chegada da luz e a abertura de vias de comunicação», o segundo centra-se em Portugal, no qual se revela muito sensível à pobreza e à desigualdade, o terceiro desenha a realidade do país e da Europa, o quarto documenta o encontro com António Aleixo, em Paris, o quinto mostra o cantar da beleza da mulher, do amor e o sexto oferece a poesia do puro imaginário e do desafio em jogo de trocadilhos.

Nascido em 1888 em Santa Margarida do Sado e “algarvio” por escolha, Joaquim Miquelino é imortalizado nas palavras da presidente da Sociedade Parragilense Aurélia Fernandes.

J. Ruivinho Brazão destaca nesta obra dois poemas relativos ao encontro com Aleixo, em Paris e, ainda, um outro, em que Miquelino se interroga sobre a alegria e a esperança trazidas pelas mudanças de Abril de 1974.

Além da visão crítica do mundo, o que mais atraiu o investigador foram «os despiques poéticos, o canto da mulher e do amor, os textos de ficção, a poesia do puro imaginário, da gratuidade e do mundo ao contrário», uma poesia expressa em décimas presas ao mote, característica oriunda do Baixo Alentejo.

Miquelino veio a falecer em 1983, em Salir. Tinha 95 anos. A obra conta com o apoio da Câmaras de Albufeira e Loulé e da Junta de Freguesia de Boliqueime.

 



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