Já chegou o Futurama, projeto que vai concretizar o potencial criativo do Baixo Alentejo

Sessão de apresentação decorreu no Museu Regional Rainha D. Leonor e contou com a presença da ministra da Cultura

Dinamizar a região do Baixo Alentejo, através da criação de “uma sinergia entre geografias diferentes”, nomeadamente “entre os concelhos parceiros e limítrofes, mas também com Lisboa e com Sevilha”, são os principais objetivos do novo projeto cultural Futurama, disse ao Sul Informação o seu diretor artístico.

John Romão acrescentou que “uma das dimensões fundamentais deste projeto tem a ver com a relação com as comunidades locais, artísticas e criativas, mas também académicas (neste caso com o IPBeja)”, pretendendo-se “envolver diferentes segmentos de públicos mais jovens”, promovendo assim “um processo de empoderamento em torno desta camada populacional”.

A apresentação do Futurama – Ecossistema Cultural e Artístico do Baixo Alentejo, projeto que está a ser implementado em Beja, Castro Verde, Mértola e Serpa, teve lugar na sexta-feira, dia 30 de Abril, no Museu Regional, com a presença da ministra da Cultura Graça Fonseca.

O Futurama assenta em quatro pilares fundamentais: “residências artísticas-novas criações e investigações”, o “cantexto” que visa a salvaguarda e regeneração contemporânea do cante alentejano, as “constelações” que se dividem em três categorias: oralidade, visualidade e fiscalidade e o “programa educativo” que envolve todas as escolas secundárias dos municípios parceiros e o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

 

John Romão – Foto: Ana Teresa Alves | Sul Informação

O diretor artístico projeto salientou a importância do Futurama arrancar em concelhos baixo-alentejanos, dizendo que “é uma aposta no desenvolvimento e na coesão territorial, através de uma programação contemporânea que assenta no cruzamento de diversas disciplinas artísticas”.

Por outro lado, sublinhou, ao nível de criação, “todas as residências artísticas partem do capital simbólico, cultural, humano e natural do território e nascem ancoradas às dimensões locais e regionais”.

“Atuar local, mas pensar global” é o mote do Futurama, que segundo John Romão, “vai, no futuro, fazer a circulação nacional e internacional destes trabalhos”.

Além de permitir a ligação entre “geografias nacionais ao Baixo Alentejo e outras formas de pensar”, o diretor artístico esclarece que “gerar emprego a nível cultural” é outro dos objetivos traçados pelo Futurama.

No final da cerimónia de apresentação, a ministra da Cultura sublinhou o facto do Futurama “tecer ligações” entre os concelhos parceiros – do distrito de Beja – e com a vizinha Espanha.

Além da dimensão supramunicipal e transfronteiriça, a governante realçou que o Futurama “vai ainda mais além, neste tecer de ligações, entre diferentes áreas artistas. Tece uma ligação muito importante entre a tradição e a contemporaneidade”, neste caso, “com o cante alentejano com as residências artísticas”.

“É um bom exemplo de práticas artísticas” apresentadas “numa região que tem um muito importante potencial criativo”, frisou Graça Fonseca, acrescentando que “o projeto vai promover a concretização desse potencial, porque vai permitir estes cruzamentos entre diferentes pessoas, de diferentes gerações, de diferentes áreas artísticas e de diferentes concelhos”.

A ministra que tutela a pasta da Cultura destacou, ainda, que “é algo que tem ligações ao centro, mas que, fundamentalmente, se fixa aqui (no Baixo Alentejo), se fixa fora do centro, se fixa em regiões de mais baixa densidade”.

O Sul Informação ouviu, ainda, David Marques, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Castro Verde, um dos municípios parceiros do projeto.

“Acreditamos que este projeto pode acrescentar valor àquilo que é a capacidade de atrair, para Castro Verde, um conjunto de experiências e de criadores, no sentido de promover estes diálogos à volta da criação cultural e artística”, juntando “a tradição, a inovação e a arte contemporânea”.

O facto do Futurama se “focar muito no envolvimento da comunidade, em particular da comunidade escolar” é outra das vantagens que David Marques salienta e que fez com que o concelho castrense abraçasse este novo projeto cultural.

A vertente supramunicipal do projeto, que não se esgota nas fronteiras do município é outro aspeto destacado pelo vereador.

Além de Graça Fonseca, estiveram presentes na iniciativa o diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, o vereador da Cultura da Câmara de Castro Verde, representantes dos municípios de Mértola e Serpa e o presidente da autarquia de Beja, Paulo Arsénio, e ainda Luís Miranda, vereador do município bejense.

 

Fotos: Ana Teresa Alves | Sul Informação

 

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