Nerbe/Aebal indignada com medidas nos concelhos que não avançaram no desconfinamento

Associação de empresários considera que o critério utilizado penaliza os concelhos de menor população

A Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral manifestou, em comunicado, “a sua profunda indignação sobre as medidas previstas para três concelhos do distrito de Beja, nomeadamente Moura, Barrancos e Odemira”, que não passaram à terceira fase do desconfinamento, iniciado na passada segunda-feira.

De acordo com o comunicado, “é incompreensível que, Moura com 17 casos e Barrancos com 4 casos não possam passar à terceira fase, o que permitiria às empresas dos referidos concelhos, voltarem a respirar alguma normalidade”.

A Nerbe/Aebal considera que “o critério utilizado penaliza os concelhos de menor população e de maior área geográfica, como são os casos da maioria dos concelhos” do distrito de Beja.

Filipe Pombeiro, presidente da Nerbe/Aebal afirma que “não consegue encontrar uma única explicação que justifique um critério cego, igual para todo o país e que, na fórmula de cálculo não inclua uma variável, que tenha em conta a dimensão do concelho”.

Também no município de Odemira, “apesar do número de incidências ser bastante maior, é preciso não esquecer que grande parte está localizado na população migrante e que, estes mesmos migrantes, que são mais de 20 mil, não contam para o cálculo da população existente”, salienta a Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral.

“Mais uma vez”, lê-se, “uma fórmula mal elaborada implica que o concelho retroceda para a fase um, o que obsta que os empresários desse concelho possam abrir e voltar a ter as receitas que tanto precisam para manter os seus postos de trabalhos e continuarem em atividade”.

“Estas situações são extremamente penalizadoras para as nossas empresas, que aguardam por dias melhores. Para mais, é altamente discriminatória, para com as empresas de quase todo o país”, considera Filipe Pombeiro.

A Nerbe/Aebal também não concorda “com as regras de encerramento dos restaurantes ao fim-de-semana às 13h00”, justificando que “não encontra nenhuma relação entre as infeções e os horários” e, por outro lado, “impossibilita que, do ponto de vista económico, se justifique abrir estas unidades ao fim-de-semana”.

Neste caso, a associação entende que “bastaria que o horário de fecho fosse às 15h00 para que os nossos restaurantes pudessem, pelo menos, trabalhar no horário do almoço”.

O comunicado refere ainda que «depois das fórmulas e dos critérios deve imperar o bom senso, porque é isso que nos distingue. Ter a capacidade de ler os números e tomar decisões com base nesses mesmos números, mas, com o bom senso necessário para não prejudicar toda a atividade económica de um concelho, numa fase em que as nossas empresas atravessam graves constrangimentos».

A Nerbe/Aebal espera que, «à semelhança do que tem acontecido em decisões anteriores, o Governo venha rapidamente reconhecer e emendar estes erros que tanto prejudicam as nossas empresas”».

 



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