Um surto de Covid-19 em duas escolas básicas do concelho de Faro obrigou hoje ao encerramento dos estabelecimentos, que têm no total 300 alunos, disse à Lusa o presidente da associação de pais de uma das escolas.
«A escola foi hoje fechada. Ontem [quinta-feira] ainda houve aulas, mas as turmas onde foram identificados casos positivos não tiveram aulas e depois, ao fim da tarde, o delegado de saúde decidiu fechar as escolas», contou João Geraldes à Lusa.
Segundo fonte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, «os inquéritos epidemiológicos estão em curso, mas tudo indica que a disseminação do vírus terá ocorrido em festas familiares e sociais, de aniversário, bem como na prática desportiva» num clube local.
Em declarações à Lusa, a mesma fonte referiu que existem «vários agregados familiares com todos os elementos positivos» e que «muitos dos casos positivos contactados, incluindo as crianças, estão sintomáticos», embora com sintomas ligeiros, o que levou a que as primeiras pessoas diagnosticadas tivessem tido a iniciativa de fazer auto testes.
Os estabelecimentos em causa são a Escola Básica do 1º Ciclo e Jardim de Infância do Montenegro e a Escola Básica do 1º. Ciclo do Montenegro, segundo a autoridade local de saúde «uma pequena escola com duas salas» do mesmo agrupamento.
A mesma fonte adiantou que está em curso um «processo de testagem massiva», pelo facto de se tratarem «de vários casos, distribuídos por quase todas as salas dessas escolas, e com a perspetiva de aumento».
Segundo o presidente da Associação de Pais da Escola Básica do 1º Ciclo e Jardim de Infância do Montenegro, o número de infetados aponta para «cerca de 20 pessoas» pelo facto de algumas crianças terem infetado os pais e irmãos.
«O contágio não terá sido na escola, estas coisas acontecem quase sempre fora da escola», frisou João Geraldes, notando que a origem do surto «terá sido numa festa de aniversário onde estiveram meia dúzia de crianças, quase todas das mesmas turmas» e que têm também atividades num clube local.
O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, considerou que, até agora, não há motivo para «grande preocupação», mas manifestou-se apreensivo com o efeito que o surto poderá vir a ter nos próximos dias.
«A situação é de serenidade, mas é preciso chamar novamente a atenção às pessoas que embora o confinamento mais restrito tenha sido levantado, temos de continuar a ter os cuidados que a autoridade de saúde nos aponta», referiu o autarca.