Autarca de Odemira pede «urgente vacinação de todo o concelho»

Presidente da Câmara reafirmou que «havia condições para avançar com o desconfinamento geral» de todo o concelho

Foto: Nuno Costa | Sul Informação – Arquivo

José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira, pediu, esta sexta-feira, 30 de Abril, em conferência de imprensa, a «urgente vacinação de todo o concelho», depois de o Governo ter decretado a cerca sanitária a duas freguesias: São Teotónio e Longueira-Almograve. 

Aos jornalistas, o autarca disse que a Câmara já foi «notificada para esse reforço com efetivos do exército, sendo desejável a rápida vacinação não apenas de alguns, mas de todos».

Os principais focos de contágio por Covid-19, no extenso concelho de Odemira, são nas explorações agrícolas intensivas, nas freguesias de São Teotónio e Longueira-Almograve, onde trabalham sobretudo muitos migrantes estrangeiros.

José Alberto Guerreiro adiantou que a Pousada da Juventude de Almograve foi definida para um «eventual alojamento de infetados», sendo o hotel Zmar «apenas e só utilizado para quarentena ou para pessoas que possam ter de se deslocar para lá por questões de sobrelotação».

No entanto, a requisição civil das instalações do Zmar está a ser contestada pelos responsáveis do resort e pelos donos de bungalows situados no seu interior, mas propriedade de privados.

Segundo o autarca, já estão «em curso ações de fiscalização, pelas entidades respetivas, GNR, ACT e Saúde, a várias situações de alojamento no concelho, focadas nestas freguesias. Perante a identificação de infetados, serão encaminhados para a pousada de Almograve, que dispõe de 42 camas e que poderá receber doentes Covid».

Também as casas que acolhem os trabalhadores migrantes «vão ser fiscalizadas» para que sejam «identificados casos de sobrelotação», garantiu José Alberto Guerreiro.

Apesar desses focos de contágio – e «da realidade atual do concelho que é conhecida por todos» -, o presidente da Câmara reafirmou que «havia condições para avançar com o desconfinamento geral» de todo o concelho.

«Lutámos pela abertura da economia em todo o concelho, embora conscientes das dificuldades de algumas áreas do território, conhecidas por todos. Fui alertando e pedindo responsabilidade a todos para evitar esta situação que ninguém desejava. Procuro equidade de tratamento no concelho e não apenas em parte dele», disse ainda.

Nesta conferência de imprensa, o autarca também aproveitou para criticar o verdadeiro mar de estufas em que transformou o litoral deste concelho alentejano.

«Parece que esmoreceu o sonho do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O Município não é contra ninguém, nem nenhuma atividade, mas gostávamos que todos a desenvolvessem em condições de legalidade e equidade e tudo faremos para levar este objetivo por diante», atirou.

Para o futuro, José Alberto Guerreiro garantiu que os «odemirenses podem contar connosco para que, nos próximos dias, a cerca sanitária possa ser eficaz»

O objetivo é que os números baixem «rapidamente» e que «possamos voltar a viver em paz, harmonia e segurança».

O autarca também voltou a reivindicar que, nas avaliações, agora semanais, o Governo contabilize «toda a população do concelho e não apenas a censitária, com o objetivo de superar, no curto prazo, esta situação excecional».

O grande desígnio é que a «normalidade regresse rapidamente a todo o concelho já na próxima avaliação», concluiu.

 

 



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