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A Universidade de Évora está a liderar um projeto que quer tornar o olival mais resiliente face às alterações climáticas e está a definir uma estratégia sustentável para a gestão de pragas, através do estudo da diversidade e das variedades das oliveiras em Portugal. 

«Combinando as projeções climáticas com uma estratégia de gestão dos serviços de controlo biológico fornecido por morcegos, os investigadores querem dotar os agricultores de conhecimento sobre as variedades que devem apostar», explica a Universidade de Évora.

Para atingir este «ambicioso objetivo», como o considera José Herrera, o investigador do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento e a Universidade de Évora (MED-UE), que se encontra a coordenar o projeto OLEAdapt, sublinha que será necessário «realizar uma análise fina dos impactos ecológicos e económicos, provocados pelas alterações climáticas».

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«Avançámos com esta investigação porque o olival é uma das maiores e economicamente mais relevantes culturas agrícolas em Portugal», sustenta o coordenador deste projeto recentemente financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) em parceria com investigadores do MED, polo Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (CEBAL) e Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).

«Queremos ajudar a indústria do olival a adaptar-se melhor às contínuas alterações climáticas», sublinha José Herrera, contando, para tal, com a colaboração dos agricultores que «assumem neste projeto um papel de extrema importância», uma vez que, tal como recorda, «estes possuem o conhecimento de determinadas particularidades e a localização das diferentes variedades de oliveira».

A partilha de informação através de conversas informais entre investigadores e agricultores (entre outros intervenientes ligados a esta cultura) e a aplicação de inquéritos está na génese deste projeto que se propõe «conceber novo conhecimento e que convertido em informação será útil para todos e principalmente aplicação real», indica o investigador do MED ao justificar estas medidas «porque as alterações climáticas colocam um grande desafio à agricultura».

Até agora, a investigação para a adaptação de regiões agrícolas face às mudanças climáticas tem-se focado em explorar diversidade intraespecífica de culturas.

É necessário, portanto, «aumentar a resiliência sem implicar as alterações nas culturas», resume desta forma José Herrera avançando que se pretende agora «selecionar as variedades que tolerem fisiologicamente os novos regimes climáticos permitindo aos agricultores continuar a cultivar nas mesmas regiões».

«As alterações climáticas são por exemplo largamente reconhecidas por aumentarem drasticamente a incidência de pestes. Assim, tanto a quantidade como a qualidade da produção agrícola poderá ser seriamente comprometida mesmo que as novas variedades selecionadas sejam fisiologicamente melhor adaptadas aos novos regimes climáticos na região», diz a Universidade de Évora.

Desta forma, «os sistemas agrícolas tornar-se-ão cada vez mais dependentes de produtos sintéticos, o que por sua vez irá incrementar os efeitos negativos das alterações climáticas no ambiente e na biodiversidade», assume o investigador.

Neste contexto, «é necessário encontrar respostas para melhorar os serviços de controlo biológico» (nomeadamente o controlo de pragas providenciados por inimigos naturais locais) e este aspeto «tornou-se um fator chave para a adaptação de culturas agrícolas às alterações do clima ao reduzir as perdas provocadas por pragas com práticas de gestão sustentável em termos ambientais e de biodiversidade», sublinha o investigador do MED da Universidade de Évora.

 



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